21 de julho de 2007 - 04:53

Racha no PMDB pode pulverizar candidaturas em Dourados

Um possível racha interno no PMDB por conta das relações estremecidas entre os deputados Ari Artuzi (estadual) e Geraldo Resende (federal) –  deve assinar a ficha de filiação em breve – poderá pulverizar candidaturas em Dourados.

Para analistas, uma possível fragmentação na base aliada do governador André Puccinelli (PMDB) também poderá favorecer o PT, liderado pelo prefeito Laerte Tetila, que reina no município há quase dois mandatos consecutivos.

A divisão poderá ser concretizada caso Artuzi decida procurar abrigo em outra legenda, caso o deputado seja preterido no PMDB, já que a cúpula da legenda prometeu, ao menos verbalmente, apoiar Resende à prefeitura do segundo maior colégio eleitoral de Mato Grosso do Sul nas próximas eleições municipais.

Artuzi, que lidera as pesquisas de intenções de voto até o momento, está sendo cortejado por partidos de grande expressão eleitoral e até por nanicos. Entre os grandes, PSDB, DEM e PDT já ofereceram legenda ao parlamentar, considerado um fenômeno eleitoral porque pavimentou seu projeto político por meio do “paternalismo”, usando a classe mais vulnerável da população do município para poder se projetar.

Artuzi não esconde de ninguém a prática da política do “toma lá, dá cá”,  beneficiando os moradores que moram nos grotões da cidade com doações, como cadeira de rodas, cestas de alimento e até caixão de defunto.

Desses partidos, apenas o DEM ofereceu espaço a Artuzi somente a titulo de acomodação partidária, uma vez que tem como candidato natural o vice-governador Murilo Zauith, presidente da executiva regional, como defende publicamente o deputado estadual e vice-presidente regional, Zé Teixeira.

Apesar disso, Zé Teixeira acha que a discussão em torno da indicação ou não do candidato do Democratas a prefeito passa pelo crivo do comando municipal do partido, liderado pelo ex-deputado federal Waldir Guerra. 

Portanto, disputando o cargo por outra legenda, mesmo que em vantagem sobre os demais devido a sua popularidade, o deputado poderá provocar o surgimento de uma terceira via na corrida pelo cargo majoritário em outubro de 2008.

O PSDB, segundo o deputado estadual Reinaldo Azambuja, secretário-geral e que assumirá a executiva regional em agosto, pretende ter candidato próprio e o nome lembrado é o do presidente municipal, Jamal Haddad.

No PDT, o ex-prefeito e ex-deputado estadual Humberto Teixeira, já se manifestou interessado pela disputa. O partido conta ainda como alternativa com a ex-deputada estadual Bela Barros.

Situação – O PT acompanha as divergências com cautela, mas segmentos do partido já começaram a costurar a candidatura do ex-vice-governador e atual secretário nacional de Extrativismo e Desenvolvimento Sustentável do Ministério do Meio Ambiente, Egon Krakhecke.

A bancada petista avaliou recentemente que Egon é o nome mais viável para concorrer à prefeitura de Dourados, devido ao desempenho eleitoral que obteve em 2006, quando concorreu ao Senado. Ele conquistou 456 mil votos, sendo 45.175 no município.

"Pela votação que ele teve como candidato a senador, eu não tenho dúvida de que ele saiu legitimado das eleições para ser nosso candidato", disse há dias, o deputado federal Vander Loubet (PT). "Acho que nós não podemos brincar, temos que disputar para ganhar em Dourados. E se queremos disputar para ganhar, o melhor nome que temos lá é do Egon", acrescentou.

 

 

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