20 de julho de 2007 - 10:33

Sete secretarias do governo de Zeca do PT sob suspeita

Auditorias realizadas a pedido do governo do Estado apontaram suspeitas de irregularidade em pelo menos sete das 15 secretarias do Zeca do PT. Os atos ilícitos teriam ocorrido diretamente nas secretarias ou em órgãos ligados a alguma pasta.

A informação foi anunciada ontem pelo procurador-geral do Estado, Rafael Coldibelli Francisco, durante a entrega, à Procuradoria-Geral de Justiça, do relatório de 11 auditorias. O procurador e o governador André Puccinelli (PMDB) estiveram reunidos por 40 minutos com a procuradora-geral de Justiça Irma Vieira de Santana e Anzoategui, a quem entregaram os documentos.

Foram confirmadas irregularidades na Loteria Estadual de Mato Grosso do Sul (Lotesul); na Fundação do Trabalho e Qualificação Profissional (Funtrab); na Empresa de Saneamento (Sanesul); no Banco do Povo; na Fundação Estadual Jornalista Luiz Chagas de Rádio e Televisão Educativa (Fertel), na Secretaria de Administração, Secretaria de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo (Seprotur); na Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer/Idaterra) e na Agência Estadual de Imprensa Oficial (Agiosul). O maior número de ilegalidades teria sido verificado na Secretaria de Estado de Administração.

Entre os supostos atos ilícitos anunciados destacam-se o sumiço de veículos do Idaterra, o desvio de funções e o abandono de equipamentos. Diante das constatações, foram abertas sindicâncias e inquéritos administrativos. "Creio que já tenha sido afastado algum servidor", disse o governador, que esteve com Coldibelli na sede do Ministério Público Estadual. Já o procurador-geral do Estado esquivou-se da resposta.

"Esse desdobramento teremos que ver em cada pasta porque são vários procedimentos que estão sendo adotados, então não tenho condição de dizer se houve afastamento de servidor", justificou.

Tanto André quanto Coldibelli reafirmaram, por várias vezes, que existem irregularidades relacionadas ao setor pessoal e patrimonial. "Em valores nominais, em valores pecuniários não saberia especificar, mas que há irregularidades que trouxeram algum prejuízo, há", afirmou o governador.

A gravidade dos atos ilícitos e o nome dos envolvidos também não foram revelados. Segundo Coldibelli, os relatórios não citam nomes. Sobre o possível envolvimento de Zeca nas irregularidades, André limitou-se a dizer que "os servidores, se forem culpados, dirão se a ordem direta foi do seu superior, se foi do superior-mor, ou de quem seja".

Questionado se havia desvio de dinheiro no Banco do Povo, André respondeu: "banco mexe com o quê?". Conforme o governador, foram investigados todos os órgãos e secretarias do Governo anterior.

O prazo inicial para a Procuradoria-Geral de Justiça de Mato Grosso do Sul se pronunciar em relação às 11 auditorias do Governo de José Orcírio é de 90 dias. O período pode ser prorrogado.

O material será analisado pela Promotoria do Patrimônio Público, composta por três profissionais, entre eles, Candy Hiroki Cruz Marques Moreira. Ela revelou que uma série de ações estão em andamento envolvendo o governo de Zeca. "Tem inúmeras, tem da Secretaria de Educação sobre contratação, tem tantas.... quando for concluído, vocês saberão", afirmou.

 

Correio do Estado