17 de setembro de 2004 - 13:25

Etiópia começa a fabricar genéricos contra Aids

Uma empresa da Etiópia começou a produzir remédios genéricos para o tratamento da Aids e pretende vendê-los para países da costa oriental da África a preços menores do que os dos medicamentos importados.

Tsegaye Gebreselassie, diretor geral da empresa Addis Pharmaceutical, disse na sexta-feira que a produção dos remédios anti-retrovirais começou nesta semana depois de um ano de pesquisas. Até o próximo mês, afirmou o diretor geral, entrarão em produção sete tipos diferentes de remédios anti-retrovirais, o único medicamento capaz de deter a progressão da Aids.

"Temos certeza de que nossos remédios farão uma grande diferença. Eles vão ajudar as pessoas pobres na Etiópia e na região a conseguirem remédios facilmente e a preços menores quando comparados com os remédios importados", afirmou à Reuters Gebreselassie.

Cerca de três milhões dos 67,8 milhões de etíopes já foram contaminados com o vírus da Aids. Segundo o Ministério da Saúde do país, a cada dia, mil pessoas adquirem o HIV.

Até o final de 2005, a fábrica de 39 milhões de dólares construída em Adigrat (800 quilômetros ao norte de Adis-Abeba, capital) pretende começar a exportar os medicamentos para os vizinhos Sudão, Quênia, Uganda e Tanzânia, disse o diretor geral. A empresa prevê produzir 1,2 bilhão de cápsulas por ano.

"Nosso medicamento será relativamente barato se comparado com os medicamentos importados pela África. Mas o preço pode diminuir ainda mais se outros países e organizações ajudarem financeiramente as fábricas a produzir os remédios", acrescentou.

Apesar de o governo etíope ter aprovado o projeto de fabricação dos medicamentos, ele ainda não deixou claro se pretende comprar esses remédios para implementar o prometido plano de tratamento gratuito para a camada mais pobre da população.

A Organização das Nações Unidas (ONU) criticou a Etiópia por não se mobilizar com a velocidade necessária a fim de deter o avanço da doença.
 

Reuters