3 de julho de 2007 - 13:40

Corumbá quer consolidar cadeia produtiva da ovinocultura

Tornar a ovinocultura economicamente viável e tecnicamente consolidada é o principal objetivo do projeto desenvolvido em parceria da prefeitura de Corumbá com a Fazenda Nhupora e direcionado a produtores rurais interessados na diversificação dessa cultura.

O projeto, de autoria do médico veterinário Carlos de Barros Leite Junior, consultor em ovinocultura da Fazenda Nhupora, está em fase de discussão com a Secretaria Executiva de Desenvolvimento Agropecuário, ligada à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Sustentável, e deverá ser apresentado ao prefeito Ruiter Cunha de Oliveira nos próximos dias. Para o secretário-executivo Marco Antônio Freire de Barros, a ovinocultura é uma cultura importante no município, que já deteve o maior rebanho do Mato
Grosso do Sul.

"Temos condições de recuperar esta posição e, ao mesmo tempo, permitir que os pequenos produtores rurais tenham uma nova e rentável opção", aposta.

Segundo ele, após aprovação o projeto será desenvolvido até 2010,
beneficiando não só o pequeno produtor, mas também toda a cadeia produtiva ligada ao setor. A área de abrangência será a parte alta da cidade, onde a cultura é praticada, e os  assentamentos rurais.

Potencial - Para o veterinário e idealizador do projeto, a região de
Corumbá apresenta condições favoráveis ao desenvolvimento da ovinocultura.

Ele cita como exemplos, a extensão territorial, recursos ambientais, raça ovina nativa, tradição pecuária, mercado em franco crescimento, indústrias a serem credenciadas e, principalmente, políticas públicas voltadas ao setor.

"A produção da carne ovina vem aumentando, estimulada pelo elevado potencial do mercado consumidor dos grandes centros urbanos do país. Apesar disso, continuamos importando mais da metade do que consumimos. Diante disso, a ovinocultura corumbaense, com seus atributos favoráveis ao
desenvolvimento da atividade, apresenta grande potencial para preencher esta lacuna no mercado interno e ainda exportar", diz.

Segundo Junior, também será agregada aos benefícios a diversificação da cadeia produtiva, rentável em pequenas propriedades e à agricultura familiar.

Junior lembra que no Estado já existem políticas públicas específicas para o setor, inclusive com incentivos financeiros do BNDES, FCO e Pronaf, além de uma série de outros benefícios, que permitem a implantação de núcleos de criadores no interior, gerando emprego e renda no setor.

Hoje existem no Estado 200 criadores vinculados à Associação de Criadores de Ovinos de Mato Grosso do Sul, e três frigoríficos que fazem o abate. Um deles, o de Campo Grande, já abate o cordeiro da Fazenda Nhupora.

O projeto prevê também a capacitação profissional, a exemplo do que ocorreu em maio, quando o veterinário ministrou um curso. "Queremos consolidar a cadeia, diminuir o êxodo rural e, ao mesmo tempo, incentivar a instalação de indústrias em nossa região", diz.

Junior tem como meta abater 1.500 animais em 2010, no quarto ano da implantação do projeto, começando com 500 cordeiros no primeiro ano. Ele ressalta o interesse já demonstrado pelo prefeito Ruiter Cunha em manter o homem no campo, propiciando opções de melhoria da renda familiar. "No nosso entendimento, a ovinocultura é a solução garantida para os assentados e pequenos produtores rurais", aposta o  veterinário.

 

 

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