Fazendas de MS estão na rota do tráfico
A beleza que atrai turistas do mundo inteiro também serve de esconderijo. Em uma fazenda, a polícia encontrou 160 quilos de pasta de cocaína. Os policiais usaram helicópteros e barcos para chegar ao local - que fica nas proximidades da fronteira com a Bolívia. "Por se tratar de uma região inóspita, muito grande e desabitada, o transporte de cocaína é feito sem levantar suspeita", diz o delegado Guilherme de Almeida, da Polícia Federal de Mato Grosso do Sul.
O Brasil tem apenas 1.700 agentes federais para fiscalizar quase 17 mil quilômetros de fronteiras, com dez países. É o correspondente a um policial para cada dez quilômetros. Para intensificar os grandes carregamentos de droga, geralmente transportados em aviões, a polícia conta com uma rede de informantes e acordos de cooperação com países da América do Sul e, principalmente, com os Estados Unidos e Europa.
Nos últimos anos, várias organizações criminosas foram desarticuladas em Mato Grosso do Sul. A Justiça conseguiu extraditar 15 grandes traficantes brasileiros presos no Paraguai, que agora cumprem pena no Brasil.
Quem usa o Pantanal como porta de entrada são os traficantes da Bolívia. Os aviões que trazem a cocaína pousam nas fazendas pantaneiras. Já a droga produzida na Colômbia e no Peru segue de avião até Pedro Juan Caballero, no Paraguai. O produto entra no Brasil por Ponta Porã, de onde partem também grandes carregamentos de maconha.
O Paraguai é o segundo maior produtor dessa droga, só perde para o Marrocos. No ano passado, a polícia do país vizinho destruiu 2 mil hectares de maconha. Mesmo assim, 85% da produção paraguaia vem para o Brasil.
Neste ano, foram incineradas 62 toneladas de droga em Mato Grosso do Sul.
G1