Uma mulher deu à luz uma criança na madrugada desta sexta-feira (29) em frente ao Hospital Regional de Samambaia, cidade-satélite do Distrito Federal, a 45 quilômetros de Brasília.

A criança nasceu fora do hospital porque quando a mãe, Lucilene Gonçalves da Silva, chegou ao local, foi avisada por uma médica de que não havia lençóis e que, por isso, a gestante deveria procurar outro lugar. Dessa forma, ela saiu do hospital, procurou um telefone público para ligar para um parente, mas não deu tempo. Issac nasceu em um banco de concreto, localizado a poucos metros da recepção do hospital. 
 

No momento do parto, fazia 14 graus na cidade. Segundo a cunhada da paciente, a médica, que recusou o atendimento, mediu a pressão de Lucilene e disse que ela já estava em trabalho de parto, com 4 cm de dilatação. A cunhada conta ainda que, quando algumas pessoas tentaram ajudar Lucilene da Silva do lado de fora, o bebê já havia caído no chão, batido a testa e a cabeça no banco.

O diretor do hospital, Cláudio Bernado, disse que havia lençóis no hospital. "Não só tinha lençóis, como tinha lençóis descartáveis para uso em caso de emergência. O hospital não estava sob restrição de atendimento. Não foi uma conduta adequada para o momento, nem se o hospital tivesse sem lençol. A saída da paciente só deveria ter acontecido sob a responsabilidade do hospital, numa ambulância do hospital, acompanhada por profissional do hospital", disse o diretor. Segundo ele, a médica não pertence ao quadro de funcionários do hospital: ela estava apenas substituindo outro médico no plantão.

 

O pai da criança, Francisco Sales, prestou queixa na delegacia e o Conselho Tutelar de Samambaia vai entrar com representação contra a Secretaria de Saúde. O Secretário de Saúde, Geraldo Maciel, mandou abrir sindicância para investigar o caso. Segundo ele, não faltam lençóis, nem camisolas no hospital.

 

 

G1