30 de junho de 2007 - 05:03

Preço do leite ao produtor já subiu 25% desde fevereiro

Com os reajustes recebidos em junho, referente à produção de maio, os preços médios do leite ao produtor já aumentaram quase 25% desde fevereiro – recebido pela produção de janeiro. De acordo com o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq-USP, naquele mês (fevereiro), o preço médio nacional bruto foi de R$ 0,5005/litro e, em junho, de R$ 0,6244/litro.

Enquanto o preço aos produtores sobe, a quantidade ofertada por eles cai. De janeiro a maio, a diminuição apontada pelo Índice de Captação de Leite (ICAP-L) do Cepea já é de 15,8%. Em comparação ao mesmo intervalo (jan/maio) de 2006, contudo, há 3% mais leite neste ano.

Com a diminuição do volume, os preços de quase todos os derivados subiram. O suporte também vem da demanda interna. Apesar da ligeira queda das exportações em maio, os embarques também vêm ajudando a reduzir a disponibilidade no Brasil.

AO PRODUTOR - Entre os sete estados pesquisados pelo Cepea, a maior alta, de pouco mais de 12%, ocorreu em Santa Catarina, com o valor médio bruto pago aos produtores a R$ 0,5502/litro, em junho. Já o menor aumento, de 3,16%, ocorreu na Bahia, com o preço médio passando para R$ 0,4735/litro.

Os maiores estados produtores de leite, Minas Gerais e Goiás, também apresentaram novos aumentos nos valores pagos aos produtores, de 5,5% e 8,2%, respectivamente, em relação a maio. Com esse último reajuste, Goiás passa a ser o estado com o preço médio mais alto, de R$ 0,6550/litro.

Normalmente, o maior preço é observado em São Paulo. Dos últimos 12 pagamentos, em 10, os paulistas tiveram as melhores médias de preço. Em junho, o preço médio em São Paulo foi de R$ 0,6507/litro, aumento de 5,4% em relação a maio.

Para o próximo pagamento, 88% dos informantes do Cepea acreditam em novos reajustes. Esse percentual é ainda maior que o observado no levantamento anterior, quando 83% tinham a expectativa de aumento para o pagamento de junho.

DERIVADOS - Outro termômetro para o setor é o comportamento dos preços dos derivados no mercado atacadista. À exceção da manteiga, todos os derivados pesquisados pelo Cepea apresentam seguidos aumentos de preços desde o final do ano passado.

No mercado atacadista de São Paulo, os maiores aumentos ocorreram para a mussarela e para o leite UHT, com altas de 47,2% e 46,7%, respectivamente, na comparação de maio com janeiro. Em relação ao mês anterior (abril), a maior variação, de 18,4%, ocorreu para o leite pasteurizado, cotado a R$ 1,19/litro, em média. A segunda maior alta, de 18,1%, foi para o leite UHT, que passou de R$ 1,38/litro em abril para R$ 1,63/litro em maio.

Mesmo em valores deflacionados (desconta-se a inflação), os atuais preços dos leites pasteurizados, UHT e pó, são os maiores do levantamento do Cepea, que iniciou em junho de 2004.

EXPORTAÇÃO – Apesar da ligeira redução no volume de leite exportado de janeiro a maio, a balança comercial é positiva no ano, em US$ 7 milhões, segundo dados da Secex. O produto mais exportado é o leite em pó, representando mais de 54% da receita com as exportações do setor. De janeiro a maio deste ano, o leite em pó já faturou pouco mais de US$ 37 milhões, 40% a mais que no mesmo período do ano passado.

A alta do faturamento do leite em pó deveu-se à valorização do produto, já que a quantidade exportada recuou 1%, totalizando 13,8 mil toneladas, segundo dados da Secex. O preço médio de venda do leite em pó para o mercado externo passou de US$ 1.906/t na média dos cinco primeiros meses de 2006 para US$ 2.701/t de janeiro a maio de 2007. Somente neste ano, o leite em pó valorizou 30,3%, passando de US$ 2.373/t em janeiro para US$ 3.093/t em maio, valor recorde para o setor.

Em maio, o preço médio dos produtos lácteos exportados pelo Brasil, segundo o Índice de Preços de Exportação de Lácteos (IPE-L), do Cepea, foi de US$ 2,73/kg, aumento de 20,3% frente ao mês anterior e de 33,8% em relação a janeiro.

 

 


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