15 de junho de 2007 - 10:05

Acusada de matar babá é condenada a 37 anos de prisão

O Tribunal do Júri condenou a 37 anos de prisão Roberta Sandreli pela morte da menina Marielma de Jesus Sampaio, de 11 anos, em novembro de 2005. A sentença foi divulgada às 20h05 desta quinta-feira (14).

 

O Conselho de Sentença classificou Roberta de "violenta, perversa e covarde". Pelo crime de homicídio qualificado, a acusada foi sentenciada em 30 anos de cadeia e mais oito por cárcere privado. O juiz Raimundo Alves Flexa ainda diminuiu a sentença em um ano, fixando a pena definitivamente em 37 anos de cadeia.

A acusação reforçou a tese de participação de Roberta, que seria conivente com o marido, Ronivaldo Furtado e foi passiva, não evitando os maus-tratos e a morte da criança.

 

O promotor de justiça Paulo Godinho, e as advogadas que atuam na assistência de acusação, Celina Hamoy e Maria de Fátima Moreira reforçaram o elo entre os dois acusados, que estariam trocando cartas onde demonstram sentimentos amorosos um pelo outro, negando a declaração de Roberta, de que teme Ronivaldo. 

 Participação

O advogado de Roberta Sandrelli, Dorivaldo Belém, utilizou o espaço do debate destinado à defesa para levantar o que chamou de tese da menor participação. Segundo Dorivaldo, o júri deveria responder a duas perguntas, que iriam inocentar a acusada.

"Ela agrediu a vítima? Não. Naquele momento, com aquela pessoa violentíssima (citando Ronivaldo) ela poderia resistir? Se o júri disser que era irrestível, que era mesmo impossível reagir contra aquela pessoa, ela então será absolvida. Pois ela não poderia fazer nada para evitar", disse o advogado.

Ele citou ainda que ela apenas aumentou o som, para que ninguém ouvisse o espancamento da menina e que depois foi também obrigada a descascar fios elétricos para tentar reanimar a menina Marielma.

"Ela morreu com choque elétrico? Não. Provavelmente ela já estava morta e tentaram reanimar. Os choques não contribuíram decisivamente com a morte dela. Por isso colocamos a tese da menor participação. O crime, a ação violenta, já foi confirmada que foi culpa do Ronivaldo. E a culpa de Roberta não deve ser comparada com a de Ronivaldo", disse Belém.

 Dever cumprido

O promotor de Justiça Paulo Godinho afirmou nas considerações finais que sentia que uma página negra da história estava virada, chegava ao seu final. E que esperava que a alma de Marielma estivesse livre para encontrar a 'luz'.

 Insatisfação

O advogado de defesa, Dorivaldo Belém, contestou a decisão, rebatendo a afirmação de Godinho de que o assunto estaria contestado. "A defesa ainda vai buscar a verdade. Engana-se que isso encerrou aqui. Isso não fecha aqui. A decisão pode ser submetida a uma nova apreciação. A defesa se sente insatisfeita e apela uma nova apreciação e um novo júri", disse.

 O crime

Roberta Sandreli Rolim e o marido, Ronivaldo Guimarães, são acusados de assassinar a menina, que trabalhava como babá na casa deles. O crime ocorreu em novembro de 2005. Roberta já foi condenada a 38 anos de prisão, mas teve direito a um novo júri, pois a pena ultrapassou 20 anos de reclusão. =

Guimarães foi condenado a 52 anos de prisão pelo crime. O primeiro jugamento dele ocorreu em 2006. Em maio deste ano, passou por novo júri e a pena foi confirmada.

 

 

 

G1