16 de setembro de 2004 - 14:17

Programa beneficia jovens agricultores do Espírito Santo

Dez jovens, entre 18 e 24 anos, técnicos em agricultura da cidade de Iúna, no Espírito Santo, receberam hoje do Ministério do Desenvolvimento Agrário uma área de 58 hectares de terra onde vão plantar milho, feijão , mandioca e café, além de desenvolver a piscicultura.

Com a criação de uma associação, esses jovens vão conseguir a independência financeira trabalhando em sua propriedade e fazendo aquilo que sabem: trabalhar na terra.

A linha de financiamento faz parte do "Nossa Primeira Terra", do Programa Nacional de Crédito Fundiário, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), que beneficia jovens agricultores familiares.

De acordo com o coordenador de Políticas de Jovens do MDA, Fabiano Kempfer, o governo considera a juventude prioritária e estratégica para o desenvolvimento econômico do país. Ele
destaca que pela primeira vez no Brasil um governo estabelece política pública específica para o jovem rural. “Nós nunca vimos isso antes no país. “É uma atividade inédita, que busca não só a permanência do jovem no campo, mas também a utilização dos estudos e das técnicas adquiridas por esses jovens nas escolas agrotécnicas, que vai proporcionar o avanço tecnológico e a consolidação da agricultura familiar”, afirma.

Os jovens, nove homens e uma mulher, já estão trabalhando na estruturação da área, na recuperação imediata de dois mil pés de café e no plantio de mandioca, feijão e milho, sem contar a atividade de piscicultura. “Os jovens vão introduzir culturas alternativas, já que na área predomina a cultura de café. Como a água é abundante na região, a piscicultura também será desenvolvida na terra. Eles vão produzir tudo que precisarem para a própria subsistência na sua propriedade rural, explica o coordenador. Kempfer informou que os jovens agricultores vão continuar com a produção do café, numa escala menor, para garantir o pagamento desse crédito e a sua sustentabilidade.

O coordenador lembrou que os jovens tiveram autonomia total no projeto. “Eles montaram a associação, escolheram a terra, negociaram o preço e definiram o que vão produzir na área. O governo está dando apoio, assistência técnica e incentivos para que esse projeto se consolide".

Segundo Kempfer, os jovens receberam R$ 144 mil para comprar a terra, que serão pagos em 14 anos. Além disso, eles tiveram acesso a subsídios no valor de R$ 36 mil, do governo federal, para começar a plantar.

Um dos jovens que faz parte da associação é Wolfran Neto, de 23 anos. Ele conta que ser dono da própria terra é uma grande conquista. "Nós formamos a associação, com pessoas que conhecemos daqui da nossa região. Com isso, vamos trabalhar e aplicar nosso conhecimento".

Luís Rogério Rodrigues disse que está realizando o sonho de comprar uma terra, que o seu avô e seu pai nunca puderam concretizar. "É um sonho que meu pai teve, meu avô teve e eles não conseguiram comprar terra. E hoje eu estou realizando esse sonho", conclui.
 
 
Agência Brasil