A recuperação dos mercados globais determinou a queda do dólar nesta quinta-feira. A moeda norte-americana recuou 0,87% e fechou a R$ 1,928.

Os investidores assistiram ao segundo dia de reação nos mercados estrangeiros, com bolsas em alta e o rendimento dos títulos do Tesouro norte-americano abaixo das máximas da semana, depois que o núcleo dos preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos teve alta de apenas 0,2% em maio.

O resultado, segundo economistas, deve afastar a possibilidade de um aumento do juro norte-americano.

"O indicador do PPI não assustou... e contribuiu para a queda do dólar aqui", disse Silvio Campos Neto, economista-chefe do Banco Schahin. "Desde ontem o cenário se acalmou bastante, então hoje reflete essa maior tranquilidade."

A preocupação de uma possível alta do juro nos Estados Unidos provocou tensão no mercado nos últimos dias, puxando o rendimento do título de referência do Tesouro norte-americano para o maior patamar em cinco anos.

De acordo com Campos Neto, porém, o alívio do mercado com a economia dos EUA será testado na sexta-feira, com a divulgação de novos indicadores.

"Amanhã... pode ter uma volatilidade boa por causa do CPI (preços ao consumidor) e da produção industrial nos EUA", disse.

No Brasil, o economista citou a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que abriu espaço para novos cortes do juro em 0,50 ponto percentual.

Ele ressalvou, no entanto, que o documento teve mais influência sobre outros mercados domésticos, como o de juros futuros. "O câmbio ficou dependendo mais do movimento lá fora."

O BC realizou um leilão de compra de dólares no mercado à vista no final da sessão, mas, segundo operadores, aceitou no máximo uma proposta. A autoridade monetária definiu taxa de corte a R$ 1,928.

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