13 de junho de 2007 - 06:00

IBGE alerta para incapacidade de MS armazenar safra

A safra nacional de grãos deste ano deve bater recorde histórico, se mantidas as previsões feitas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De abril para maio, a previsão da safra de grãos deste ano cresceu 2,2%, devendo chegar a 135,1 milhões de toneladas, 15,5% maior que a do ano passado.

 

Com uma previsão de safra recorde, o IBGE alerta para a necessidade de investimentos em infra-estrutura para armazenamento. De acordo com o chefe de coordenação de Agropecuária do instituto, Flavio Bolliger, a produção armazenada brasileira média é de apenas 10%, “um valor considerado baixo diante dos países desenvolvidos”.

 

Bolliger observou que esse percentual mostra a dificuldade que os pequenos produtores têm para estocar seus produtos, "e também uma menor participação do estado, que tradicionalmente comprava mais a produção”. De acordo com o técnico, esse papel hoje “é desenvolvido em grande parte pela iniciativa privada”.

 

De acordo com a Pesquisa de Estoques referente ao segundo semestre de 2006, também divulgada hoje, dia 12, os maiores estoques registrados foram de milho em grão, soja em grão, trigo em grão, arroz em casca e café em grão, nesta ordem. O crescimento na estocagem do café, em relação ao segundo semestre de 2005, foi o de maior destaque, com alta de 20,6%. Já o estoque de trigo apresentou queda de 28,3%.

 

O estudo do IBGE indica que houve uma redução de 2,1% no número de estabelecimentos de estocagem na comparação entre o segundo e o primeiro semestre do ano passado. O instituto também apurou que no final de 2006 havia mais de 12,8 milhões de toneladas de grãos estocados, em cerca de 9.228 estabelecimentos.

 

De acordo com Flávio Bollinger, a região Sul concentra cerca de 42% das redes de armazenamento e é a mais bem atendida. Já a região Centro-Oeste registra apenas 21,8% das redes de armazenamento, e estão mal distribuídos, segundo o IBGE.

 

“A infra-estrutura de estocagem de estados como o Mato Grosso do Sul fica aquém da sua capacidade de produção. Isso resulta em armazenamentos a céu aberto ou postergação da colheita, o que gera perda de quantidade e qualidade da produção”, disse Bollinger.

 

 

Agência Brasil