6 de junho de 2007 - 17:54

Morales pede apoio de Pelé contra decisão da Fifa

O presidente da Bolívia, Evo Morales, pediu, nesta quarta-feira, que a Fifa não divida a América e solicitou a ajuda de Pelé no protesto contra a decisão da entidade mundial de proibir partidas a mais de 2500m de altitude.
"Quero fazer um chamado ao irmão rei do futebol mundial, Pelé, que já teve sua raça discriminada. Um discriminado não pode discriminar outro discriminado, como são os povos que vivem na altura", disse Morales.
"É importante que o irmão Pelé defenda seus irmãos discriminados, que neste momento suportam uma tremenda marginalização, exclusão por parte da Fifa", completou o presidente, afirmando que é um admirador do ex-jogador.
Morales enviou uma mensagem a Pelé. Mas o ex-jogador já declarou estar de acordo com a decisão da Fifa.
No mês passado, a Fifa decretou o veto à altitude e disse que praticar o esporte em lugares muito altos, onde há menos oxigênio, é um risco para a saúde e distorce a competição justa.
Dirigentes de futebol e prefeitos de cidades dos países andinos se reuniram nesta quarta-feira, na Bolívia, para protestar mais uma vez contra a decisão, que afeta Bolívia, Colômbia, Peru e Equador.
"Agora estamos unidos, organizados e mobilizados para evitar esse estraçalhamento esportivo na América do Sul. Peço à Fifa que não divida os sul-americanos, estamos aqui apostando na unidade", disse Morales, depois de liderar a reunião em um hotel de La Paz.
Após o veto, as seleções de Bolívia, Peru, Equador e Colômbia não podem mais disputar suas partidas das eliminatórias da Copa do Mundo na altitude.
A Organização dos Estados Americanos (OEA) fez na terça-feira um pedido à Fifa para que reconsidere a decisão.
Os prefeitos de três capitais sul-americanas afetadas pela decisão (La Paz, Bogotá e Quito) estiveram presentes na reunião.
Na abertura, Morales disse que a medida da Fifa implica em "discriminação e exclusão".
"Os países andinos Bolívia, Chile, Peru, Equador, Colômbia e Venezuela unem as vozes de nossos povos para pedir aos nossos irmãos da América Latina que nos acompanhem nesta cruzada para ganhar a partida contra um veto sem sentido que quer transformar o futebol em discriminatório e excludente", disse Morales.
 
 
Terra Redação