5 de junho de 2007 - 06:00

Polícia desbarata quadrilha de roubo de caminhões no Paraná

As polícias Militar e Civil do Paraná, com apoio do Ministério Público Estadual, prenderam nesta segunda-feira, 4, 28 pessoas acusadas de roubo de caminhões e cargas, financiamentos fraudulentos, desmanche e remontagem ilegal de veículos roubados para revenda. A Operação Sudoeste desenvolveu-se em vários municípios da região sudoeste do Paraná, em Jaraguá do Sul (SC), Ribeirão Preto e Assis (SP) e Brasília.

Entre os presos estão o advogado de Santo Antônio do Sudoeste Túlio Marcelo Bandeira Denig, apontado pela polícia como líder da quadrilha, e o presidente da Câmara de Vereadores de Realeza, Geverson Tonello (DEM).

Também foram cumpridos 47 mandados de busca e apreensão. A polícia estima que, mensalmente, a quadrilha movimentava pelo menos R$ 500 mil com roubos e transações financeiras. A quadrilha era formada por "células" que agiam em diferentes Estados.

"Existia uma célula responsável por receber encomendas, outra por despachar a encomenda para que o caminhão ou carga fossem roubados, outra específica para desmanchar o veículo, apagar os sinais identificadores e montar outro caminhão", disse o delegado Luis Gilmar da Silva.

Além disso, havia grupos especializados em cuidar da documentação falsa e para a lavagem de dinheiro. "Era um grande esquema em que todos ganhavam dinheiro", acentuou o delegado.

Para a polícia, o núcleo estava no Paraná e era comandado pelo advogado Denig. A partir de encomendas de veículos ou cargas é que eles agiam. Normalmente, os motoristas eram mantidos em cativeiro por até 48 horas, período em que o veículo era desmontado.

"Os motoristas ficavam amarrados, sofriam ameaças psicológicas e só eram liberados depois que os bandidos tivessem a certeza de que o caminhão desmontado não seria mais encontrado", disse o delegado. Pela denúncia, a quadrilha usava documentos de caminhões sinistrados que não tiveram baixa no Departamento de Trânsito para esquentar os veículos remontados.

A subseção da Ordem dos Advogados do Brasil acompanhou a prisão do advogado e as diligências em seu escritório. O advogado que defende Denig não foi encontrado em seu escritório no município de Barracão na tarde desta segunda.

A Câmara Municipal de Realeza não soube informar quem estava defendendo Tonello, que é acusado de ser o mandante do assalto a um caminhão que transportava malotes com cheques. De acordo com a polícia, os cheques foram depositados em sua conta particular.

 

 

Estadão