28 de maio de 2007 - 13:56

PF desmonta quadrilha de contrabando no PR e em MS

A Polícia Federal iniciou hoje a Operação "Ouro Negro", com o objetivo de desarticular uma organização criminosa que atuava principalmente com contrabando e descaminho na região do Lago de Itaipu. Segundo a PF, 157 policiais cumprem mandados de prisão e 43 mandados de busca e apreensão em quase toda a costa oeste do Paraná e Mato Grosso do Sul. Foram feitas prisão e apreensões em Mundo Novo e Eldorado.

A PF explicou que, a princípio, acreditava-se que a quadrilha era especializada no contrabando de pneus, motivo pelo qual denominou-se a Operação de "Ouro Negro". Posteriormente, detectou-se que eles variavam o produto contrabandeado de acordo com o mercado e facilidade de escoamento.

O contrabando normalmente tinha início na compra de grande quantidade de mercadorias no Paraguai e sua conseqüente distribuição pelo Brasil. O fornecedor paraguaio ficava responsável pela colocação do produto em local pré-determinado na margem paraguaia do Lago de Itaipu, por onde a maioria das mercadorias era atravessada para o Brasil.

Os produtos eram recepcionados por brasileiros que residem no Paraguai e possuem fazendas às margens do Lago --eles eram estocados em depósitos até a passagem pelo Lago, que era feita com barcos e balsas. Durante a travessia, as pessoas atuavam como barqueiros, carregadores e na função de "batedores" (olheiro ou quem escolta a carga).

A PF explica ainda que, ao chegar ao porto brasileiro, os volumes eram carregados em caminhões de pequeno e médio porte e transportados até o depósito, normalmente localizado em zona rural nas proximidades do porto utilizado. O transporte até o destinatário final era feito normalmente em caminhões de grande porte e carretas, com os volumes acondicionados em fundos falsos.

Desde outubro de 2005, segundo a PF, a operação resultou na apreensão de cerca de R$ 2,3 milhões em mercadorias e em várias prisões, com 21 flagrantes realizados. Os presos responderão pelos crimes de contrabando, formação de quadrilha e corrupção ativa e passiva. 



Folha Online