O governo federal garante que não vai faltar biodiesel para o cumprimento da lei que determinou a mistura de 2% do combustível ao óleo diesel de petróleo a partir de 2008, nem mesmo que alguns grandes consumidores, como a Vale do Rio Doce, tenham decidido adotar adição de 30% ao diesel usado em seus motores. Uma das preocupações manifestadas pelo presidente do conselho de infra-estrutura da Confederação Nacional da Indústria, José de Freitas Mascarenhas, é que possa haver problemas de fornecimento de matéria-prima para a produção do biodiesel.

O País já tem capacidade instalada para produzir 954 milhões de litros de biodisel nas usinas já autorizadas a operar, informa o superintendente de Abastecimento da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Roberto Ardenghy. O número supera em 154 milhões os 800 milhões de litros/ano necessários à mistura de 2% obrigatória a partir de 2008. Outras 35 usinas devem ser autorizadas pela ANP até dezembro, ampliando a capacidade para cerca de 2,4 bilhões de litros.

Cinco leilões de biodiesel já realizados prometem a entrega de 885 milhões de litros desde janeiro de 2006 até dezembro deste ano, mas a produção informada pela ANP ainda está muito abaixo disso. Este ano, até março, foram produzidos 52 milhões de litros. A matéria-prima usada vem mudando rapidamente, embora ainda prevalece a soja, com 51%. Depois vêm a mamona (31%), o caroço de algodão (8%) e a palma (5%).

Ardenghy afirma que, pela diversidade de fontes de matéria-prima, o risco de fornecimento do biodiesel no Brasil é menor, mas, no limite, o governo pode rever a obrigatoriedade de 2% de adição ao diesel para uma porcentagem mais adequada à oferta, o que ele não acredita que seja necessário.

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