14 de setembro de 2004 - 17:54

Mercado chinês exige soja de qualidade

A preocupação maior dos produtores brasileiros deve ser com a qualidade e com a imagem de seus produtos na China. Novos incidentes podem prejudicar ainda mais a reputação da soja brasileira no mercado chinês, alertou vice-presidente da Câmara Chinesa de Importadores de Alimentos, Produtos Agrícolas e Animais, Yang Shengjun em referência a problemas ocorridos na comercialização do grão, como diferenças de peso da carga e a constatação de sementes e soja contaminadas por fungicidas.

O representante chinês disse estar ciente que a rejeição às cargas causaram grandes perdas a exportadores e fazendeiros brasileiros e cobrou da indústria e autoridades maior empenho no controle de qualidade do produto exportado para que a soja do Brasil não perca sua vantagem competitiva. Apesar do puxão de orelha, Yang Shengjun também deu boas notícias aos agricultores presentes ao Agri Fórum, realizado em Comandatuba (BA), evento que se encerra hoje (14-09).

Destacou que a China vem a cada ano aumentando sua demanda por bens de consumos básicos, como alimentos e vestuário, crescimento que pode deixar os produtores brasileiros de soja e algodão tranqüilos quanto à expansão dos negócios com um de seus principais parceiros comerciais. Além da soja, outros produtos de grande interesse para a China são as carnes de frango, suína e bovina, café, castanha e cana-de-açúcar. Para vender ao Brasil, Yang Shengjun relacionou frutas, enlatados e feijão. Este ano, as exportações de soja para a China devem ser inferiores aos 6,5 milhões de toneladas comercializadas em 2003.

O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, avalia uma perda de receita de aproximadamente US$ 1 bilhão em toda a cadeia do grão, apesar de não precisar quanto deixará de ser exportado em razão dos incidentes relacionados à contaminação do produto.
 
 
O Popular