14 de setembro de 2004 - 17:42

ACM diz não levar a sério pedido de expulsão do PFL

O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) recebeu com descaso e ironia a notícia de que foi pedida abertura de processo contra ele à presidência do PFL, pelo deputado Onyx Lorenzoni (PFL-RS), cobrando sua expulsão da legenda.

"Não sei se vou apresentar defesa. Não estou levando este assunto a sério", disse ACM.

Sobre o congressista gaúcho que apresentou a queixa contra ele, ACM foi ainda mais irônico. "Não conheço bem quem pediu minha expulsão. Sei que é um candidato que não está bem nas pesquisas [à Prefeitura de Porto Alegre] e que certa feita me ofereceu aqui uma lingüiça especial de sua terra. É o único conhecimento que tenho do deputado, qual é o nome mesmo? Onyx Lorenzoni", disse.

ACM afirma que não infringiu nenhuma regra partidária ao participar do jantar promovido ontem pelo presidente Lula com ministros e senadores de oposição e debochou das críticas feitas ao evento.

"Acho que uma pessoa janta onde quer, na casa de quem quer. Isto tem sido feito por todos os parlamentares, incluindo o líder do meu partido, senador José Agripino (RN), que janta com ministros."

ACM afirmou ainda que "não fiz nada além do que outras lideranças do PFL e de outros partidos fazem. Isto é coisa normal. Aqueles que não estão habituados com a vida democrática, principalmente os perdedores que não entendem o que os vitoriosos fazem".

Ele negou que esteja "cooptando" parlamentares para o governo. "Não sou homem de cooptar nem de ser cooptado", disse.

O senador afirmou que sua intenção era de apenas "acabar com a radicalização, tanto do governo quanto do PFL" e garantiu que não tem intenção de deixar a legenda. Segundo ele, apesar de não poder falar em nome de todos os presentes no jantar de ontem, os senadores que estiveram no encontro estão, de modo geral, insatisfeitos com o fato de estarem na oposição.
 
Folha Online