9 de maio de 2007 - 14:03

China confirma irregularidade em droga que matou 100 no Panamá

A agência chinesa de regulamentação de medicamentos confirmou que a empresa vinculada a um caso de falsificação de medicamentos que causou pelo menos 100 mortes no Panamá não tinha licença para operar no setor farmacêutico, informou o Ministério do Exterior chinês na terça-feira. Jian Yu, porta-voz do Ministério do Exterior, informou que a agência, a Administração Estatal de Alimentos e Remédios, conduziu um inquérito sobre o caso no ano passado, em resposta a pedidos da Food and Drug Administration (FDA), agência que exerce as mesmas funções nos Estados Unidos.

Os comentários de Jiang, feitos durante uma sessão regular de informação a jornalistas, na terça-feira, foram causados por um artigo publicado domingo pelo New York Times, relatando o caso do medicamento contra tosse chinês exportado ao Panamá e contaminado por um poderoso solvente industrial, o glicol dietileno, cuja origem foi traçada a uma fábrica no leste da China.
 
A reportagem informava que o solvente, vendido por intermédio de negociantes da China, Espanha e Panamá, havia sido falsamente identificado como glicerina, um xarope de sabor adocicado usado com freqüência como ingrediente na fabricação de remédios. O Ministério do Exterior informou que nem a fábrica de produtos químicos que produziu o xarope tóxico, a Taixing Glycerine Factory, nem a trading estatal que o exportou, a CSNC Fortune Way, eram supervisionadas pela agência de regulamentação de remédios chinesa.
 
Jiang enfatizou que os fabricantes chineses de remédios devem seguir regras severas para a aquisição de ingredientes farmacêuticos e solventes usados em medicamentos. Mas os comentários dela não revelaram integralmente o papel desempenhado pela fábrica de produtos químicos nas mortes ocorridas no Panamá.
 
As autoridades chinesas detiveram um intermediário, Wang Guiping, que elas dizem ter confessado falsificar o rótulo do glicol e alterado a identificação para glicerina antes de enviar o produto à CSNC Fortune Way.
 
 
 
 
Terra Redação