O Banco do Brasil anunciou ontem um plano de reestruturação com corte de pessoal e enxugamento em suas áreas de logística e análise de crédito. A estimativa do banco é de que as ações proporcionem uma economia de R$ 350 milhões por ano.

"Nossa premissa com as medidas é racionalizar e aperfeiçoar o banco dentro do cenário de competição", afirmou o presidente do BB, Antonio Francisco de Lima Neto, segundo o Estado de S. Paulo.

O plano contém um programa de demissão e aposentadoria voluntárias e a expectativa é de que 366 funcionários façam adesão. No entanto, a reestruturação do banco afetará 1.196 empregados. O BB pretende aproveitar a maioria deles em outras áreas.

"Não se trata de simples demissões e redução de pessoal, mas de uma reorganização estrutural, e as pessoas que não quiserem sair do banco e forem afetadas pelas medidas poderão ser realocadas em outros setores", disse Lima Neto.

Bancários do BB realizaram protestos ontem em todo o País contra o plano. Em São Paulo, as manifestações foram concentradas em frente ao prédio de departamento da rua Verbo Divino. No local, trabalham cerca de 500 funcionários e 2 mil terceirizados. Os protestos que começaram por volta das 7h, estenderam-se até as 16h.

Representantes do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e da Confederação Nacional do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) negaram-se a participar do encontro com direção do Banco do Brasil, realizado em Brasília, nesta segunda.

"Não podemos aceitar ações como estas que resultam na redução do emprego. Não somos meros ouvintes. Queremos negociar para defender os trabalhadores", disse Ernesto Izumi, funcionário do banco e secretário de imprensa do Sindicato.

Na próxima quinta-feira, está prevista uma assembléia organizativa, em São Paulo, para definir um plano de luta dos trabalhadores. Estão programadas assembléias em outros estados brasileiros.

Terra Redação