O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento em conjunto com o Banco do Brasil anunciaram ontem a redução das taxas de juros das linhas de recursos livres do crédito rural operadas pela instituição financeira. As taxas caíram entre 3,5 e 4 pontos percentuais ao ano. A partir de hoje, os juros mensais dessa linha ficam entre 1,3% e 1,7%, de acordo com a classificação de risco do produtor. Antes, essas taxas variavam de 1,6% a 2% ao mês. “Essa medida, tomada em conjunto com o banco e o Ministério da Fazenda, resultará numa significativa redução do mix dos juros cobrados dos produtores”, afirmou o ministro. Segundo ele, o chamado mix de juros ao produtor terá uma queda entre 2 e 2,5 pontos percentuais. A redução é resultado de entendimentos iniciados em julho pelo ministro com a diretoria do BB e o ministro da Fazenda, Antonio Palocci. A redução beneficiará cerca de 150 mil produtores que tomaram recursos livres no banco, informou o vice-presidente de Agronegócio do BB, Ricardo Conceição. “Agora, os recursos começam a fluir com maior rapidez”, diz. Segundo ele, cerca de 75% dos produtores que contraíram crédito rural serão beneficiados. A redução dos juros de recursos livres auxilia a antecipação da aplicação pelo BB de R$ 5 bilhões em crédito rural para o mês de setembro. A medida foi anunciada pelo governo em 31 de agosto. O objetivo é garantir recursos suficientes para o plantio da safra 2004/2005, concentrado principalmente entre os meses de setembro e novembro. Diante da menor oferta de crédito pelas agroindústrias e das recentes renegociações de contratos tipo “soja verde”, que aumentaram a insegurança no mercado, o governo decidiu elevar esses recursos. É o maior volume de crédito já oferecido pelo banco em um único mês. O Banco do Brasil deve aplicar R$ 7,6 bilhões no setor entre julho e setembro — primeiro trimestre do atual ano-safra —, o que resultará num volume R$ 1 bilhão superior à safra passada.