28 de abril de 2007 - 09:13

Petrobras e empresa japonesa planejam construir 40 usinas em MS

A Petrobrás, em parceria com a trading japonesa Mitsui e o setor privado, pretende construir 40 destilarias de álcool em Mato Grosso do Sul e nos Estados de Goiás, Tocantins, Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso de olho na confirmação do governo japonês do início da importação de etanol brasileiro, a ser utilizado como combustível naquele país, o que pode ocorrer ainda este ano.

A parceria prevê que a Mitsui financie a construção das destilarias, os usineiros entrem com a terra e com a cana-de-açúcar e a Petrobras com a logística para o escoamento, ou seja, alcooldutos que devem ser construídos, com recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), ligando Senador Canedo (GO) a Paulínia (SP) e outro que partiria de Mato Grosso, passaria por Mato Grosso do Sul e chegaria até o Porto de Paranaguá, no Paraná.

O prestígio da estatal brasileira serviria, assim, para avalizar o negócio e ainda para garantir a produção, a logística de exportação e, principalmente, o lucro com a comercialização com combustível. Os contratos de fornecimento de álcool para o Japão seriam por 20 anos e os orientais também se beneficiariam de projetos de MDL (Mecanismos de Desenvolvimento Limpo) para conseguirem créditos de carbono gerados pelas unidades produtoras.

A FGV Projetos, consultoria da FGV (Fundação Getúlio Vargas), vai atuar como mediadora societária para determinar a participação dos usineiros e da Mitsui nas novas unidades. Após o fechamento dos primeiros contratos, os japoneses deverão receber o combustível brasileiro em até dois anos, prazo necessário para a construção das unidades produtoras e dos alcooldutos.

Além da adição do etanol à gasolina nos veículos, os orientais utilizariam o etanol brasileiro para a substituição do gás natural usado em usinas termoelétricas. Atualmente, a Petrobras já exporta álcool para a Venezuela e Nigéria e, além do Japão, a estatal prevê iniciar o comércio do combustível com os Estados Unidos, Europa, África do Sul e China.

 

 

 

 

Estadão