13 de setembro de 2004 - 16:42

Parte dos créditos para safra é a juros livres, diz Murilo

Brasília (DF), 13 - O deputado Murilo Zauith (PFL-MS) criticou hoje a prática que o Banco do Brasil vem adotando na concessão das linhas de crédito necessárias ao financiamento da safra de verão, que começa neste mês, ao disponibilizar parte dos créditos a 8,75% ao ano e o restante a
juros livres que podem chegar a 18% ao ano. No mês passado, o parlamentar já havia pedido, da tribuna, maior agilidade na solução da liberação dos recursos, que estavam atrasados.
"Em empréstimos acima de R$ 70 ou R$ 80 mil, o BB está cobrando juros de 8,75% até a metade desses valores, e o restante é taxado a 16 e até 18%", exemplifica o deputado.
Ele lembrou que ao prometer uma linha de crédito de R$ 40 bilhões para a safra de verão, o governo não esclareceu que o total de crédito disponível para as despesas de custeio com juros controlados (taxas prefixadas a custos mais baixos que os do mercado) atinge apenas R$ 17,7
bilhões desse total.

"Na realidade, houve crescimento do crédito disponível, mas a juros livres", esclareceu Zauith. Essa linha de crédito teve crescimento em relação ao ano passado da ordem de 121%, saltando de R$ 5 bilhões para R$ 11 bilhões, em contraste com o tímido aumento na oferta de crédito a juros
controlados, de apenas R$1,3 bilhão em relação ao ano anterior.

Ele alertou também que como as pesquisas mostram que apenas 13% dos produtores se encontram em condições de tocar a lavoura com recursos próprios e que 70% deles não conseguem obter nem metade do crédito necessário à taxa fixa de 8,75% ao ano, a única opção que resta é buscar recursos a juros livres que já estão batendo na casa entre 18% a 22% ao ano.

O parlamentar advertiu que isso assusta o setor e pode trazer conseqüências altamente indesejáveis para toda a economia brasileira, justo no momento em que o agronegócio nacional apresenta taxas de crescimento invejáveis.
 
 
Fátima News