18 de abril de 2007 - 15:26

Produção de álcool no Estado deve ter aumento de 28,5%

O volume de álcool produzido na safra 2007/2008, em Mato Grosso do Sul será 28,5% maior que o de 2006/2007. A última safra estadual fechou com 700 milhões de litros de álcool e a próxima moagem deverá chegar a 900 milhões de litros, e em três anos pulará para 4,5 bilhões, com 53 usinas instaladas, caso as 15 usinas ainda em negociação sejam concretizadas.

Até 2010, a produção deverá girar em torno de de 4,5 bilhões de litros de álcool, produzidos por 30 usinas.Com o crescimento da produção de álcool, o recolhimento de ICMS, segundo o secretário adjunto de Estado, Wilson Roberto Gonçalves, deverá dobrar.

Este aumento expressivo no volume de álcool deve-se à instalação do poliduto, que exige produção mínima de 2,5 bilhões de litros, para tornar-se viável. O poliduto sairá de Cuiabá (MT), descendo pelas margens da BR 163, passando por Campo Grande, até Nova Alvorada, entrando na BR-262 até Bataguassu e para Londrina (PR), até o porto de Paranaguá. O custo da obra está orçado em R$ 2 bilhões e será construído pela Transpetro.

De acordo com Gonçalves, na reunião entre usineiros, Petrobras e o governador, ficou acertado que a produção de álcool vai suprir o poliduto e até mesmo dobrar a produção nos próximos anos. Hoje, existem 11 usinas em funcionamento e 27 em processo de instalação no Estado, distribuídas em 20 municípios (ver tabela). Até o final do ano, de acordo com o secretário, entre as usinas existentes e as em instalação, serão 30 plantas produzindo.

Também a geração de energia será feita pelas próprias usinas que venderão o excedente para a Aneel. Gonçalves frisa que cerca de 15% do custo de produção é com energia, porém, com geração própria, a competitividade no preço final do álcool aumenta.

O secretário também explicou que o vinhoto (produto que sobra do esmagamento da cana) será 100% utilizado na fabricação de adubo líquido para fertirrigação das lavouras. Com o uso do produto, a utilização de adubo cai em 60%.

Já em relação à licença ambiental para instalação e funcionamento das usinas, Gonçalves enfatiza que a Semac agiliza estes documentos, que são entregues em um prazo máximo de seis meses. Ele cita que em São Paulo essas licenças levam até dois anos.


Compromisso – Na reunião com os usineiros, foi solicitado o compromisso do Governo para o cumprimento das datas acertadas, pois os investimentos são altíssimos e precisam dessa segurança.

Além disso, os usineiros pediram que os incentivos fiscais fossem iguais para todas as instalações dos projetos. Gonçalves destaca que o incentivo de 100% corresponde a 67% da alíquota de ICMS e que será concedido igualmente para todos os projetos.


Tecnologia – Gonçalves afirma que as usinas que serão instaladas em Mato Grosso do Sul usarão tecnologia de ponta, ou seja, totalmente mecanizadas. No Estado, hoje, existe apenas uma que utiliza esta tecnologia. "Mesmo assim, cada uma delas vai gerar cerca de 1.450 empregos diretos". Com a especialização dos empregados, o salário também é maior e cita o interior de São Paulo, onde a média salarial gira em torno de R$ 1 mil para os cortadores de cana.


Mais usinas – Outras duas unidades que não estão somadas entre usinas já instaladas, em instalação e os projetos nomeados pelo secretário, estão em processo de implantação nos municípios de Selvíria e Inocência, que devem ser finalizados até 2010. O investimento é da ordem de R$ 450 milhões, com geração de 1.500 empregos diretos cada unidade. A área de plantação de cana está estimada em torno de 27 mil ha com produção de dois milhões de toneladas/ano. Os proprietários são empresários do interior de São Paulo.
 
 
 
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