Depois de um aumento no registro de casos de câncer de pele, os agricultores do município de Estrela Velha (RS) estão recebendo protetor solar da Prefeitura. Eles aprovaram a medida.

A agricultora Álida Techmann e a filha Carla sempre trabalharam expostas ao sol. O único cuidado contra os efeitos dos raios diretamente na pele sempre se resumiu a um boné, no máximo um chapéu.

De origem italiana, a família de pele muito clara descobriu que a exposição excessiva poderia ser prejudicial. "Nossa família já teve problemas, então a gente começou a se proteger", diz Álida.

Além do chapéu e da enxada, outro item passou a fazer parte da vida na roça: o filtro solar. "Antigamente, nós não usávamos. Mas agora, com o surgimento do protetor solar, a gente usa diariamente e vai repondo ao meio-dia e à tardinha", afirma Carla.
 

Toda essa preocupação com o uso correto do filtro solar tem a ver com os altos índices de câncer de pele registrados entre os moradores do município de Estrela Velha. Só no ano passado, foram 20 novos registros da doença. Um número elevado, já que a população é de pouco mais de 3.500 habitantes.

A agricultora Carmelina Somavilla, de 76 anos, sempre trabalhou ao sol sem nenhuma preocupação com as conseqüências. "Eu tinha noção do perigo, mas não conhecia protetor solar", conta. E ela está pagando pela falta de informação. Na pele, tem os sinais de um câncer que está sendo tratado. 
 

O médico Mauro Gimenez afirma que "o câncer de pele se aloja com mais facilidade nas pessoas que tem uma pele queimada, pois o sol age mais". "As pessoas de pele clara não tem tanta resistência quanto às pessoas negras, por exemplo", comenta.
 

Para evitar novos casos, a Prefeitura de Estrela Velha está distribuindo gratuitamente filtros solares para cem produtores rurais cadastrados em um projeto de saúde. "As pessoas estão se conscientizando da importância de usar filtro solar", diz a secretária de Saúde, Neusa Billig.

Globo Rural