9 de setembro de 2004 - 15:59

INDEPENDÊNCIA, QUE INDEPENDÊNCIA? de Antonio Néres

INDEPENDÊNCIA, QUE INDEPENDÊNCIA?

 

 

*Antonio Néres

 

7 de setembro, 182 anos de Independência: brava gente brasileira, longe vai temor servil. Ou ficar a Pátria livre ou morrer pelo Brasil! é tempo de refletir sobre nosso país, sobre nosso futuro. O Brasil Império e o Brasil República – velha, a nova e a sem adjetivo, a atual: de angústia, de esperança. É preciso pensar neste país onde 53 milhões de brasileiros vivem com menos de 3 reais por dia, onde o esforço de uma nação rica destina-se a pagar uma dívida externa sem fim.

 

Brava gente brasileira, longe vai temor servil! Ficar a pátria livre. Bacia e floresta Amazônica: 5,2 milhões de km2, um terço das florestas tropicais do planeta, 70% da reserva nacional de água doce, rica reserva de flora e fauna.Foi lançado o Sistema de Proteção e Vigilância da Amazônia(o projeto Sivam) para combater o crime organizado e proteger o meio ambiente. Torrentes de denúncias sobre irregularidades na licitação. Denúncias e mais denúncias, sem as devidas respostas para a sociedade. Por que será? Situação obscura e nebulosa sobre um sistema que monitora  tráfego aéreo, clima, recursos minerais e hídricos, subsolo, biodiversidade. Rede de sensores de rastreamento, radares de rota, aeronaves de  vigilância e sensoriamento remoto processando informações estratégicas que o governo brasileiro quer disponibilizar para outros países.

 

Brava gente brasileira, longe vai temor servil! Ficar a Pátria livre e viver dignamente no Brasil! Semana da Pátria, da idéia do grito da Independência que ainda não rompeu os grilhões, mas que, hoje, devem ser quebrados pela vontade de uma nação que quer ser rica e livre. A visão épica do príncipe sobre um corcel, imortalizada por Pedro Américo, associa a Independência à ação de um só personagem. Mas essa não é a leitura correta da história da brava gente brasileira, cuja construção generosa, coletiva e permanente não deve temer o destino de grande pátria, de grande nação, justa e democrática, onde a vontade do maior número deve ser a lei de todos.

 

Enquanto houver um único brasileiro passando fome, não podemos nos considerar um país livre. O Brasileiro é um povo que ri, quando deveria chorar. Chorar de vergonha! Independência, que Independência?

O Brasil para os brasileiros. Semana da Pátria. É tempo de refletir...

 

O autor é radialista e jornalista.