3 de janeiro de 2007 - 01:40

15 governadores deixam cargos, mas ganham pensão vitalícia

Dos 27 governadores que deixaram os cargos na última segunda-feira, 15 vão continuar recebendo normalmente. O último estado a criar esse privilégio foi o Mato Grosso do Sul. A partir desta terça-feira, o ex-governador Zeca do PT passa a ter direito a mais de R$ 22 mil por mês, pelo resto da vida.

A pensão foi criada pela Assembléia Legislativa de Mato Grosso do Sul, em dezembro, na última sessão do ano. A proposta partiu da base aliada do governo, que resolveu ressuscitar uma lei extinta em 1989. Justificativa: garantir um sustento honesto para os governadores que deixarem os cargos. 

"Acho melhor garantir essa proteção do que talvez ele tenha que arrumar outros meios de sobrevivência, não lícitos", disse Semy Ferraz, deputado estadual do PT-MS.

O último a abolir o benefício foi o Ceará. Na terça-feira passada, por unanimidade, os deputados acabaram com a pensão de R$ 9.600 para os ex-governadores do estado. 

"Se o trabalhador contribui 35 anos para ter direito ao beneficio, porque o governador, sem contribuição, teria o direito a uma pensão vitalícia de R$ 10 mil?", disse Heitor Férrer, deputado estadual do PDT-CE.

A lei revogada agora já foi pior. Quem governou o Ceará antes de 2002 recebe R$ 22.000 por mês. O caso mais incrível é do ex-presidente da Assembléia Legislativa, Francisco Aguiar: ele garantiu o benefício depois de chefiar o estado por apenas 83 dias.

Com a decisão da Assembléia Legislativa, o governador Cid Gomes assume o cargo sem direito a receber pensão no fim do mandato. Mas o ex-governador Lúcio Alcântara ainda pode pedir o benefício.
 
 
 
 
 
Rede Globo