21 de dezembro de 2006 - 15:28

Presos constroem casas e bares em presídio na Bahia

Dentro do maior complexo penitenciário da Bahia, vivem 114 presos em 76 casas construídas irregularmente, no lado externo dos pavilhões. A pequena vila surpreende: tem dois bares que vendem inclusive cartões telefônicos.

O Ministério Público determinou, há três meses, a destruição dessas moradias. Na mesma época, a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos mandou que todos os presos fossem levados de volta às celas. Mas uma visita dos promotores nesta semana comprovou que os detentos continuam com regalias. 

A secretaria disse que não havia mais ninguém morando nos imóveis desde setembro. “Preservei as casas até por uma questão jurídica, porque elas são provas”, afirmou o secretário de Justiça Sérgio Sanches Pereira. Ele diz que investiga o responsável pelas obras.

O Ministério Público está apurando denúncias de que os presos que moravam nas casas ilegais estavam saindo à noite para fazer assaltos. Uma estrada de barro liga a pequena vila a uma avenida bastante movimentada.

Há informações de que os presos vendem drogas e comandam quadrilhas que agem nas ruas. "O presídio virou um grande parque de diversões. Ali é uma verdadeira colônia de férias, isso eu posso afirmar", disse Paulo Gomes, promotor público.

O Governo da Bahia disse que já solicitou uma verba de R$ 700 mil do Fundo Penitenciário para a construção do muro ao redor de toda a área externa da unidade prisional.