Os agricultores prevêem uma ligeira melhora nos preços em 2007. No entanto, a CNA (Confederação Nacional da Agricultura) já espera uma nova crise de liquidez a partir de março.

De acordo com a entidade, isso acontecerá porque várias prorrogações de vencimentos foram feitas para um único período.

Sobre as medidas adotadas na área de crédito pelo governo em 2006, a avaliação é que elas foram anunciadas tardiamente, o que atrasou a contratação dos recursos. Além disso, a CNA reclama que algumas medidas deixaram de atender aos médios produtores.

Como os financiamentos ficaram abaixo das necessidades, a previsão da CNA é que 2006 terminará com uma queda de produção de muitos dos principais produtos agropecuários. A previsão do PIB (Produto Interno Bruto) da agropecuária e do agronegócio é de R$ 543,77 bilhões, uma queda de 0,53% em relação ao ano passado.

"Foi um ano de triste memória na vida rural, como de resto vem acontecendo nos últimos anos, quando cada vez mais o setor carrega o Brasil nas costas, todavia se empobrece", disse Antônio Ernesto, presidente da confederação.

Já para o ano de 2007 a expectativa é de um crescimento de 5,3% na produção de grãos (de 114 milhões de toneladas para 120 milhões de toneladas) e uma queda de 4% na área plantada, para 47,2 milhões de hectares.

A expectativa da CNA em relação aos preços melhorou, já que as cotações internacionais do milho deverão voltar a balizar os preços internos.

Na área externa, o saldo comercial será de US$ 43 bilhões neste ano, um crescimento de 11,3%.

Ao divulgar o balanço de 2006 e as perspectivas para 2007, a CNA criticou os problemas enfrentados pelo setor por conta da falta de infra-estrutura, como as estradas com conservação ruim (83% em estado crítico de tráfego), a falta de dragagem dos portos e a demora do Ministério do Meio Ambiente em liberar licenças ambientais para a execução de novas obras.

Folha Online