1 de dezembro de 2006 - 16:32

Resende deixa reunião com André cotado para secretaria

Terminou há pouco a reunião da cúpula sul-mato-grossense do PPS e integrantes da equipe de transição governamental, no Parque dos Poderes, em Campo Grande. O encontro teve por objetivo discutir a “quota-parte” reservada aos Socialistas no futuro governo de André Puccinelli (PMDB), isto é, o total de cargos que o partido deve ocupar na futura administração. Ao comentarem o resultado da reunião – que contou com a participação do governador eleito André Puccinellli (PMDB) – integrantes do partido deram a entender que o PPS está cotado para ocupar a Secretaria de Saúde.

Segundo o deputado federal e presidente regional do PPS, Geraldo Resende, a intenção dos participantes – o vereador Athayde Nery e a presidente municipal Luiza Ribeiro – era a de discutir o espaço reservado ao partido no futuro governo. “O partido nunca discutiu a participação colocando cargos como imposição”, sublinhou, ressaltando que os ungidos pelo partido para participarem do governo serão indicados por meio de uma reunião, ainda sem data para acontecer. “O André reafirmou o compromisso de que o PPS irá governar com ele”, disse Resende.

Um dos indicados pelo PPS pode ser o próprio Geraldo Resende, que trocaria o mandato renovado de deputado federal pela Secretaria de Estado de Saúde. Questionado sobre a possibilidade, o parlamentar afirmou que “se eu for convocado, não posso negar”. Em seguida, fez ponderações sobre o setor de Saúde em Mato Grosso do Sul, com a probidade de quem já ocupou o cargo de titular nesta pasta no primeiro governo de Zeca do PT, aumentando ainda mais as especulações sobre o seu nome.

“A Saúde precisa ser retirada do caos, está em situação calamitosa. É necessário respeito à Emenda 29 [que determina os repasses para a Saúde nos Estados e municípios]”, afirmou Resende, que também considerou uma “excrescência” a Lei do Rateio, que abre precedente para a aplicação de recursos da saúde pública em outros setores da administração. “O último governo Zeca subtraiu R$ 300 milhões da saúde, por conta da Lei do Rateio”, criticou, ao ressaltar que o Supremo Tribunal Federal julga a inconstitucionalidade do dispositivo.

Quebra-cabeças – O futuro governador tem em suas mãos o desafio de acomodar todos os aliados no Executivo estadual – uma fila que inclui os antigos “parceiros” do PMDB, como PSDB, PFL e o próprio PPS, e os novos aliados, que incluem o PR (antigo PL), comandado pelo deputado estadual Londres Machado, e o PDT, presidido por João Leite Schimidt.

Até o momento, Puccinelli tem sido “econômico” na divulgação de nomes de seu governo: os cinco secretários que até agora foram confirmados são Osmar Jerônimo (Casa Civil), Nilene Badeca (Educação), Mário Sérgio Lorenzetto (Fazenda), Carlos Negreiros (Meio Ambiente, Cidades, Planejamento, Ciência e Tecnologia) e Edson Giroto (Obras). O deputado estadual eleito Carlos Marun (PMDB) é cotado para a secretaria de Habitação.

Além destes secretariáveis, nomes como Tânia Garib, Sérgio Yonamine e José Cezário dos Santos Filho, que também já fizeram parte do time de Puccinelli na prefeitura, têm vaga confirmada. Beatriz Dobashi, que foi cogitada na pasta de Saúde, foi depois “retirada” do cargo por Puccinelli, abrindo mais margens para especulações sobre a pasta.

Apesar de o governo estar parcialmente “loteado”, o futuro governador prometeu um governo onde secretarias e demais órgãos a serem divididos com aliados terão cargos reservados para a legenda que o assumir.
 
 
 
 
Campo Grande News