21 de novembro de 2006 - 17:48

MS tem a 7ª maior taxa de Aids do país, aponta relatório

Mato Grosso do Sul está em 7º lugar dentre os que têm a maior taxa de Aids no País, conforme boletim epidemiológico divulgado nesta terça-feira pelo Ministério da Saúde. Os dados mostram que houve redução na taxa de mortalidade em função da doença, ao longo da última década. Para especialistas, o diagnóstico precoce e avanços no tratamento são os principais responsáveis pelo prolongamento da vida de pessoas que foram infectadas. O dia 1º de dezembro é o Dia Mundial de Luta contra a Aids.

O Estado que apresentou a maior taxa de casos registrados em 2005 foi o Rio de Janeiro, com 33,2 a cada 100 mil habitantes. A menor taxa está no Tocantins, 6,6 casos a cada 100 mil pessoas. A taxa de incidência de Aids em Mato Grosso do Sul é de 18,9 a cada 100 mil habitantes, a 7ª maior do País.

São 4.807 casos registrados desde 1980 em Mato Grosso do Sul e 1.682 óbitos no período. A cada ano, a proporção entre casos notificados e mortalidade vem diminuindo. Em 1995, por exemplo, surgiram 244 casos e ocorreram 121 óbitos. Já no ano passado foram 427 casos e 129 óbitos. A taxa de mortalidade a cada grupo de 100 mil no Estado em 2005 foi de 5,7 contra 6,3 no ano de 1995. A taxa nacional de mortalidade provocada pela doença é de 6 a cada 100 mil.

A infectologista Ana Maria Paniago, que coordena o Hospital Dia, do Hospital Universitário, em Campo Grande, afirma que a partir de 1996, com a implantação da terapia anti-retroviral combinada, que é uma associação de medicamentos, conhecida como coquetel, o índice de letalidade teve forte queda.

Associado a isso, o governo também tem investido em campanha para que a população faça exames, já que o diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento. Isso porque na maioria dos casos, os sintomas só surgem cerca de sete anos após a infecção, quando a doença está se manifestando.

Hoje, afirma a médica, os medicamentos foram aprimorados e as reações adversas aos medicamentos são bem menores que há alguns anos. É feito o controle da carga viral e de CD4 (marcador de um importante linfócito para a resposta imunológica do corpo).

Embora o vírus não seja eliminado, a carga pode baixar a níveis em que sequer é detectável e o paciente ter os níveis de CD4 restabelecidos. Os medicamentos são disponibilizados na rede pública gratuitamente, assim como exame sorológico. O exame pode ser feito em seis semanas após a relação desprotegida ou outra exposição, período que o corpo leva para formação de anticorpos. O Hospital Dia atende 600 pacientes, entre os que fazem e os que não fazem uso de medicamentos.

 

 

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