O brasileiro compra um número cada vez maior de eletrodomésticos, mas a arquitetura do país não acompanhou este fenômeno. O resultado é o acúmulo de equipamentos ligados em uma só tomada. E a solução é o velho nosso amigo: o benjamim, também chamado de ''T'' _aquela tomada que multiplica o número de aparelhos ligados em um só ponto.

Um benjamim de boa qualidade suporta até 1,1 mil watts de potência. Se a geladeira e um forno de microondas forem ligados nele ao mesmo tempo, são 1,3 mil watts; uma máquina de lavar e um ferro de passar, 2,1 mil watts. A peça pode superaquecer e provocar um curto circuito e até um incêndio. ''Existem no mercado ''T’s'' que são de qualidade muito ruim. Além de piorar a segurança, que pode causar sobrecarrega'', explica o consultor do programa ''Casas seguras'', Hilton Monteiro.

O benjamim só deve ser usado com aparelhos que consomem menos energia, como televisão e som, por exemplo. Na falta de tomadas, o mais recomendável é usar uma régua com fusível, que desliga automaticamente em caso de sobrecarga.

''O processo que a gente chama de sobrecarga resseca a capinha do fio e provoca aquecimento. Essa capinha vai começar a esfarelar e perder a isolação. No futuro, pode entrar em contato com outro fio e resultar em um curto-circuito”, alerta o engenheiro da Unicamp, Paulo Roberto dos Santos. Uma pesquisa feita por ele mostra que 95% das casas brasileiras sofrem com a falta de tomadas e de instalações elétricas adequadas.

Em 2004, no estado de São Paulo, aconteceram 40 mil incêndios. Oito mil resultaram de instalações elétricas inadequadas.

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