17 de novembro de 2006 - 10:54

Morte de modelo brasileira é destaque na imprensa mundial

A morte da modelo brasileira Ana Carolina Reston, 21 anos, por complicações decorrentes de uma anorexia nervosa, é destaque de vários jornais europeus e americanos. Segundo o jornal britânico The Independent, a morte "deve causar nova auto-análise nos principais centros da moda no mundo".

O jornal lembra que o debate sobre a magreza excessiva das modelos foi esquentado em agosto, quando outra modelo latina, a uruguaia Luisel Ramos, morreu de insuficiência cardíaca após passar semanas praticamente sem comer.

"A indústria (da moda) se vê acusada de não apenas negligenciar a saúde das modelos, mas de, através delas, encorajar jovens mulheres a levarem dietas para perder peso a extremos perigosos", disse o jornal.

"As meninas brasileiras, inspiradas pelo sucesso internacional de algumas de suas conterrâneas, como Gisele Bündchen e Adriana Lima, podem estar particularmente suscetíveis ao apelo do mundo da moda."

'Tamanho zero'
Ainda na Grã-Bretanha, o The Times repercute a morte da modelo, dizendo que "várias figuras importantes da moda vêm pedindo para que a indústria pare de empregar modelos 'tamanho zero'". O tamanho é equivalente ao 32 no Brasil.

Segundo o jornal, "Achilleas Constantinou, um importante membro do Conselho Britânico da Moda, foi um dos primeiros a pedir uma proibição".

Mas a idéia de uma proibição geral desagrada outras figuras de destaque do mundo da moda, diz o Times. O jornal cita a declaração de um porta-voz da marca Chanel, de que "a anorexia é um problema social". "As pessoas não deveriam criar uma controvérsia falsa. O mundo da moda não é responsável pela anorexia."

O diário The Daily Telegraph diz que a morte de Reston acontece "em meio a temores de que estilistas ainda estejam usando modelos 'tamanho zero' que sofrem de anorexia apesar dos apelos para que sejam banidas por encorajar distúrbios alimentares em jovens mulheres".

Na Espanha, o El País diz que a morte de Reston "reanimou as críticas contra o uso de modelos extremamente magras em desfiles de moda".

O jornal americano The New York Post também repercute o assunto dizendo que "uma modelo brasileira bela, mas obcecada por peso, que trabalhou para algumas das melhores agências nova-iorquinas, se matou de fome".

No The New York Times, uma nota destaca "o apelo emocionado feito pela mãe da modelo para que os pais cuidem melhor de jovens modelos iniciantes".

 

 

BBC Brasil