26 de outubro de 2006 - 08:24

Flamengo e Vasco fazem clássico no Maracanã

Ney Franco não considera o Vasco uma ‘carne assada’. Mas, apesar do respeito pelo rival de hoje à noite, no Maracanã, o técnico do Flamengo já começa a sentir o gostinho de uma suculenta picanha na brasa. Ney prometeu bancar um churrasco para os jogadores, caso o Flamengo chegue em 5º lugar (é o 9º) no Brasileirão. E uma vitória sobre o Vasco faz parte do cardápio rubro-negro.

“Prometi um churrasco ao grupo e estou vendo que vou ter de fazer economia para cumprir a promessa. Mas vai ser um churrasco privê, sem boca livre, brincou o confiante Ney Franco, certo de que o time atingirá a marca até o fim do Brasileiro.

FLA É SELEÇÃO

Além do churrasco, o comedido técnico saiu-se com mais uma tirada. Afirmou que se sente como se estivesse comandando a seleção de Dunga. “Me sinto realizado porque o Flamengo me dá estrutura para trabalhar, tem a maior repercussão na mídia e grandes profissionais. É como se dirigisse a seleção brasileira”, definiu o treinador.

O bom retrospecto no Maracanã, onde não perde há dois meses — desde os 2 a 1 para o Inter, dia 2 setembro — enche Ney de confiança. “Nossas atuações no Maracanã têm sido fantásticas e o incentivo da torcida fundamental”, disse, sonhando ser campeão simbólico do returno. “Estamos só a quatro pontos do líder”, lembrou, referindo-se ao Grêmio.

Pela segunda vez no ano, o Flamengo é a pedra no caminho do Vasco rumo à Libertadores. Depois da perda da Copa do Brasil, o time precisa de uma vitória para manter vivo o sonho de conquistar uma vaga na competição internacional. Renato Gaúcho evita a palavra vingança, mas apresenta suas armas para a batalha de hoje: um time com maior faro de gols, mais forte e consciente de que um cochilo poderá render novo pesadelo diante do Rubro-Negro.

“A história está diferente. Nós melhoramos, estamos mais fortes. Temos peças de reposição e gente para fazer os gols. Uma vitória representará um grande passo para a Libertadores. Na decisão da Copa do Brasil, cochilamos e levamos dois gols bobos. Agora, isso não acontecerá”, garante o técnico.

Apesar do otimismo, uma derrota não será o fim do mundo para o Vasco, acredita Renato: “Sem desespero, nem com tempestade em copo d’água”.

Ídolo no Flamengo como jogador, e agora com seu trabalho como técnico sendo reconhecido no Vasco, Renato resume bem o espírito do clássico: “A rivalidade existe mais pela parte do Vasco, pois o jogo aqui é tratado como um campeonato à parte. Isso é bonito, é bom”.

O bom trabalho feito em São Januário credencia Renato Gaúcho a sonhar alto. “Desejo chegar à seleção brasileira e um dia acredito que isso acontecerá”, aposta.

Ontem, em clima amistoso, Renato respondeu a alguma perguntas sobre o seu jeito comparado ao do técnico do Flamengo, Ney Franco. “Acho difícil ser parecido. Ele é cantor. Eu só canto debaixo do chuveiro”, brincou Renato. Cantorias à parte, hoje é dia de concerto. Depois da perda da Copa do Brasil, só não vale desafinar novamente.

Escalações

Vasco
Cássio; Thiago Maciel, Fábio Braz, Dudar e Diego; Ygor, Andrade, Ramon e Abedi (Jorge Luiz); Jean e Leandro Amaral. Técnico: Renato Gaúcho

Flamengo
Bruno; Leonardo Moura, Renato Silva, Fernando e Juan; Paulinho, Toró, Renato e Renato Augusto; Fellype Gabriel e Obina. Técnico: Ney Franco

Local: Maracanã
Árbitro: Paulo César Oliveira (SP)
Horário: 20h30.

 

 

Estadão