24 de outubro de 2006 - 09:57

Sem-terra mantêm invasões em Angélica e Rio Brilhante

Trabalhadores sem-terra continuam descumprindo ordens judiciais e mantêm duas fazendas invadidas nos municípios de Rio Brilhante, na Grande Dourados, e Angélica, no Vale do Ivinhema. Em Rio Brilhante, cerca de 90 famílias ligadas à Fetagri (Federação dos Trabalhadores na Agricultura) ocupam desde o dia 7 deste mês a fazenda Chifre de Veado, de 1.365 hectares. O prazo para desocupação pacífica da área venceu na quinta-feira passada, mas os sem-terra continuam na área.

O presidente da Fetagri, Geraldo Teixeira Almeida, informou que os trabalhadores rurais devem sair “até amanhã”. Segundo ele, os sem-terra ainda não conseguiram providenciar a lona para montar os barracos em novo acampamento. Eles devem voltar para as margens da rodovia que liga Rio Brilhante a Maracaju. “Os trabalhadores não querem confusão”, disse Almeida.

Em Angélica, vence hoje o prazo dado pelo juiz Dêni Luis Dalla Riva para a saída pacífica das 350 famílias ligadas ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e à FAF (Federação da Agricultura Familiar) que invadiram a fazenda Macaco, de 2.500 hectares. Os sem-terra prometem resistir. Um dos líderes do MST no local disse hoje que o Incra ainda não iniciou as negociações com os invasores.

O líder sem-terra que se identificou como “Beto” disse ao Campo Grande News que as famílias destruíram toda a muda de cana que o arrendatário Kenedy William iria plantar numa área de 120 hectares da fazenda. Os sem-terra querem que o arrendatário desista do contrato de arrendamento, válido até 2008.

O contrato estaria impedindo o Incra de comprar as terras para a reforma agrária. Na semana passada, o advogado Alisson Peter Damasceno de Lima, que representa Kenedy William, disse que as informações do MST sobre a fazenda são “equivocadas” e que as negociações entre os proprietários e o Incra estão suspensas desde o ano passado.
 
 
 
 
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