A vereadora da cidade de Santos (SP) e filha de Pelé, Sandra Arantes do Nascimento, de 42 anos, morreu nesta terça-feira, às 2 horas (de MS), no Hospital da Beneficência Portuguesa de Santos, vítima de câncer de mama. Sandra estava internada na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) do hospital desde o último domingo para tratamento de um câncer que se manifestou pela primeira vez há um ano. Depois de uma cirurgia para retirada da mama direita, um exame detectou que a doença havia atingido a outra mama.

O horário e o local do velório e do enterro ainda serão definidos. Sandra ganhou destaque por brigar na Justiça para ser reconhecida como filha de Pelé e poder utilizar o sobrenome dele. Ela cumpria o segundo mandato como vereadora pelo PDT e concorreu a uma vaga como deputada estadual nas eleições deste ano. Evangélica, Sandra era casada e tinha dois filhos. O projeto de lei mais famoso que aprovou foi o que garantia o teste de DNA gratuito aos pacientes da rede pública.

Reconhecimento tumultuado

Sandra, fruto de um romance que Pelé manteve com a doméstica Anízia Machado, em 1963, entrou com uma ação na Justiça, em 1991, para ser reconhecida como filha do ex-jogador. O processo de reconhecimento só foi concluído em 1996 depois de Pelé ter negado por várias vezes fazer o exame de DNA que comprovou a paternidade. Com feições semelhantes às de Pelé, Sandra Regina chegou a escrever um livro autobiográfico sobre o tema. “A Filha que o Rei Não Quis” relata o sentimento de rejeição que ela sentiu do pai em relação a ela.

Em maio de 2001, Amable Lopes Soto, juiz da 10.ª Vara Cível do Fórum de Santos, julgou improcedente um pedido de indenização por danos morais, no qual Sandra alegava não ter tido chance de desfrutar do mesmo apoio emocional, psicológico e financeiro que tiveram os outros filhos legítimos de Pelé. Pelé tem ainda os filhos Edson Cholbi do Nascimento, o Edinho, Kelly Cristina e Jennifer, de seu casamento com Rosemary Cholby; e os gêmeos Joshua e Celeste, de sua união com Assíria Nascimento.

Estadão