5 de outubro de 2006 - 07:09

Greve de bancários atinge serviços em 14 Estados

Os bancários decidiram entrar em greve a partir desta quinta-feira. A estimativa é que 400 mil trabalhadores de 14 Estados cruzem os braços por tempo indeterminado, de acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf).

Os usuários de serviços bancários que tiverem dificuldades no atendimento devem utilizar os 69,5 mil estabelecimentos que realizam operações bancárias, como lotéricas, farmácias e outros, além de Internet e serviços por telefone, segundo orientação da Federação Nacional dos Bancos (Fenabam).

A categoria rejeitou ontem a proposta de reajuste de 2,85% feita pela Fenabam. Os sindicatos de Rondônia, Belo Horizonte, Maranhão, Rio de Janeiro, Roraima, Mato Grosso, Ceará, Acre, Amapá, Curitiba, Pará, Sergipe e Distrito Federal, além de São Paulo, Osasco e Região já anunciaram a decisão pela paralisação. Novas adesões podem ocorrer ao longo do dia de hoje.

Os bancários reivindicam aumento real de 7,05% além da inflação (estimada desde a última data-base em 2,8%, segundo o INPC). Além do reajuste menor que o exigido, os bancos ofereceram participação nos lucros de 80% dos salários, adicional de R$ 823 e, no caso de instituições financeiras que aumentarem ganhos em 20% na relação com 2005, a proposta inclui um adicional de R$ 750.

O Comando Nacional dos Bancários indicou, logo após a reunião realizada na quinta-feira, que considera a oferta insuficiente e que as assembléias dos sindicatos locais deverão se reunir para rejeitar a proposta e convocar greve a partir de quinta-feira.

Maratona de negociações
Na semana passada, a Fenaban já havia feito proposta de 2% de reajuste, tambpem rejeitada.

"A proposta é inferior ao salário de 2005, não há aumento real de salários, é insuficiente", afirmou Luis Claudio Marcolino, presidente do sindicato paulista.

As negociações vêm ocorrendo entre a Fenaban, que representa os bancos, e o comando nacional, integrado por dirigentes da Contraf (confederação ligada à CUT que agrupa 108 dos 140 sindicatos do País).

Dos filiados à Contraf-CUT, já estavam em greve os sindicatos da cidade do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Pernambuco, Salvador e região, Sergipe, Florianópolis, Maranhão, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas, Piauí, Campina Grande, na Paraíba, e Bauru, no interior de São Paulo.

Na Bahia, Porto Alegre e Rio Grande do Norte, a greve atinge somente os bancos públicos: Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Banco do Nordeste do Brasil. Nas demais bases, o movimento grevista parou também as agências dos bancos privados.

 

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