28 de setembro de 2006 - 17:09

FIA nega possibilidade de cancelar GP Brasil em 2007

O delegado de segurança da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), o inglês Charlie Whiting, afirmou nesta quinta-feira em Xangai que não existe risco algum em relação ao futuro do GP do Brasil. Depois de a Prefeitura de São Paulo atrasar a execução das obras solicitadas pela FIA para a melhoria de Interlagos, surgiram rumores de que a corrida sairia do calendário de 2007.

“Temos sido informados regularmente sobre o andamento dos trabalhos e, como sempre nos últimos 25 anos, tudo deverá ficar pronto em cima da hora, ao menos confiamos nisso”, disse o dirigente.

Não haverá, da mesma forma, nenhuma multa da FIA por a Prefeitura não ter entregue o autódromo para a empresa promotora e organizadora, a Interpro, 30 dias antes da corrida. “O fato de não irmos vistoriar a reforma não significa que não a estamos acompanhando.”

Poderia até haver alguma sanção se houvesse o comprometimento da prova do dia 22. “O que não parece ser o caso pelo que tenho recebido de informações”, disse Whiting. “Além do que, as obras programadas não são grandiosas.” Para seu assistente, Herbie Blash, não há razão para o drama criado.

Atraso atrapalha

O atraso, reconhece a FIA, não deixa de atrapalhar bastante uma série de atividades dos organizadores. Recapear o S do Senna a menos de três semanas do evento, por exemplo, é uma demonstração da falta de planejamento da Prefeitura com relação a suas obrigações com o GP do Brasil, já que ela se comprometeu a investir todo ano cerca de US$ 8 milhões para ter na cidade o seu único grande acontecimento esportivo internacional, ao menos de forma regular.

O diretor da Interpro, Tamas Rohonyi, manifestou em São Paulo sua preocupação com o andamento dos trabalhos, mas já havia descartado as especulações envolvendo punições aos responsáveis pelo autódromo de Interlagos. “Existe, de fato, um problema. Não significa, no entanto, que a FIA, apesar de estar mais exigente do que nunca, irá multar alguém.”

Whiting lembrou, em Xangai, sua autoridade para aprovar ou mesmo impedir de um Grande Prêmio ser realizado a partir das condições do circuito. “Mas não é esse o quadro que vivemos, hoje, com a etapa de São Paulo.”

Na terça-feira, o presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), Paulo Scaglione, disse ter recebido uma carta da FIA em que a entidade ameaçava o País de perder a prova por causa dos atrasos na organização em Interlagos.

 

Estadão