28 de setembro de 2006 - 14:30

Dieese: 70% dos pisos são de até 1,5 salários mínimos

Aproximadamente 70% dos pisos salariais estabelecidos no primeiro semestre de 2006 correspondem a até 1,5 salários mínimos - que é de R$ 350 -, segundo pesquisa realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese).

Dos 211 acordos e negociações coletivas acompanhadas pelo departamento, 44% fixaram pisos salariais equivalentes a até 1,25 salário mínimo. Pisos superiores a três salários foram identificados em apenas oito do total de negociações.

O levantamento divulgado nesta quinta-feira mostra que a média dos pisos salariais no Brasil, dada pela relação entre pisos e salário mínimo, vem apresentando queda sucessiva desde 2004.

No primeiro semestre de 2006, a média dos pisos salariais acordados no Brasil foi de 1,52 salários mínimos, contra 1,69 salários nos primeiros seis meses de 2005 e 1,74 mínimos no mesmo período de 2004.

O comportamento, segundo o departamento de pesquisas, pode ser explicado pela política de valorização do salário mínimo adotada pelo governo Lula nos dois últimos anos.

Assim, em valores, os pisos salariais apresentam uma leve trajetória ascendente. Os valores identificados no primeiro quartil (limite dos 25% menores pisos), por exemplo, mostrou os pisos salariais em R$ 380, no primeiro semestre de 2004, para R$ 409,60 em 2005 e R$ 420 nos primeiros seis meses do ano seguinte.

Universitários
O estudo também mostra uma discrepância entre os valores dos salários recebidos pelos trabalhadores com nível superior daqueles que possuem menor nível de escolaridade.

Enquanto a média do piso pago a trabalhadores que não possuem o terceiro grau é de 1,45 salário mínimo, a média dos pisos recebidos por empregados em funções de nível universitário é de 3,26 mínimos.

Segundo o Dieese, os menores pisos pagos aos trabalhadores com nível fundamental, médio ou técnico, se aproximavam do mínimo oficial no primeiro semestre deste ano, período em que foi realizada a pesquisa.

Ao mesmo tempo, aos funcionários com formação universitária, não se ofereceu, em nenhuma das negociações e acordos coletivos acompanhados pelo Dieese, um piso inferior a 2,09 salários mínimos.

O maior piso salarial foi o de 5,02 salários mínimos, dedicado aos profissionais com nível universitário. Para os demais, o maior piso foi de 3,14 mínimos.

 

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