A elevação da taxa de juro ao consumidor de 62%  para 62,8% ao ano, nos 13 primeiros dias úteis de agosto, foi creditada hoje pelo deputado Murilo Zauith (PFL/MS) como um erro estratégico do Banco Central (BC) que ao ameaçar repetidas vezes de elevar os juros básicos acabou fazendo com que os bancos se antecipassem ao Comitê de Política Monetária (Copom) e aumentassem os juros para pessoas físicas e empresas. Ele também demonstrou apreensão em relação às expectativas do mercado que já revê para cima as projeções para o (IPCA) Índice de Preços ao Consumidor Amplo.

"As estimativas de inflação sobem para este e para o próximo ano e pressionam os juros futuros que refletem, principalmente, a expectativa dos investidores em relação ao comportamento futuro da taxa Selic, hoje em 16% ao ano, índice que o governo tem dito que vai aumentar", explicou o deputado. Com isso, alerta Murilo Zauith, um fator interfere no outro e pode levar ao descontrole tanto de juros como da inflação.

O parlamentar pefelista defendeu uma política que detenha a inflação, sem elevar os juros. Ele se mostrou preocupado também com a declaração do chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes,  dizendo que novos aumentos dos juros bancários são esperados para os próximos meses.

Segundo Lopes, o parâmetro para essas taxas são os juros futuros que subiram, o que a seu ver, indica uma nova elevação dos juros bancários. Murilo Zauith disse ainda que outro fator que causa apreensão é o pessimismo demonstrado pelo mercado financeiro em relação à inflação.

Levantamento semanal do BC constatou que as projeções para o IPCA deste ano passaram dos 7,19% da semana passada para 7,25%. Foi o segundo aumento consecutivo depois do pequeno recuo na pesquisa divulgada no dia 16.

Fátima News