21 de setembro de 2006 - 10:45

Usina de Naviraí deve ser mesmo vendida em uma semana

Enfim chegará o final da novela sobre a venda da Coopernavi – Cooperativa dos Produtores de Cana-de-Açúcar de Naviraí. A venda da cooperativa será realizada no dia 27 deste mês. O anúncio foi dado pelo prefeito de Naviraí e sócio da indústria, Zelmo de Brida. Segundo Zelmo os associados farão a venda em uma assembléia entre seus 28 associados na próxima quarta feira. “A venda só não será realizada se os compradores não aparecerem para comprar”, disse Zelmo em entrevista programa Em Foco da TV Mais.
No programa, Zelmo disse também que os compradores investirão em torno de U$ 560 milhões (cerca de R$1,22 bilhão) na indústria. preço de vendá é de U$ 560 mil (cerca de R$1,22 bilhão) na indústria. “Isso vai trazer um grande fluxo de investimento em Naviraí e toda a nossa região, atraindo novas indústrias e gerando novos postos de empregos”, prevê Zelmo.
No dia (25) de junho deste ano, o presidente da cooperativa, Ibanês Viero, esteve reunido com pelo menos 70 por cento dos 28 associados, e em assembléia, foi aprovada a conferência dos bens para a subscrição e integralização de capital, que em síntese, transforma a cooperativa em Usina Coopernavi Sociedade Anônima.
A transformação jurídica de cooperativa para sociedade anônima é o primeiro passo decisivo na venda da Coopernavi, embora quatro dos cooperados, entre eles a empresária Iolanda Tormena Fabris (viúva do fundador da usina, Euclides Fabris), seriam contra a venda, por isso, nem participaram da assembléia.
O cooperado e prefeito de Naviraí, Zelmo de Brida, confirmam que o processo realmente é meticuloso e burocrático, e que as condições necessárias apontadas pelos investidores estrangeiros estão sendo cumpridas uma a uma. Contudo, Zelmo prefere o desenrolar dos acontecimentos para dar qualquer informação. “Que os procedimentos estão acontecendo e que em 30 dias poderemos ter a concretização deste negócio, é uma realidade. Mas não quero me antecipar ao presidente e, muito menos, lançar uma expectativa que não esteja sacramentada”, limitou-se a explicar o cooperado.
Com a insistência da imprensa, Zelmo acabou declarando que “temos informações de que a proposta dos investidores é quintuplicar a produção. Hoje a Coopernavi processa 2 milhões de toneladas de cana por safra. Fechado o negócio a indústria passará a moer 12 milhões de cana. Isso significa um salto extraordinário na produção e plantio de cana e resultará no fomento de toda economia local. Eu não tenho dúvida que este é um grande negócio para a Coopernavi, para o Município e para toda a população, pois também haverá a necessidade de mais mão-de-obra”, considerou Zelmo de Brida.
O Portal do MS buscou informações sobre os valores reais desta negociação, mas as informações são desencontradas. As fontes oscilam, e o preço seria de R$ 230 milhões chegando a R$ 260 milhões. Porém, de acordo com Zelmo de Brida, está totalmente descartada a informação de que um dos compradores seria o bilionário Bill Gates, conforme foi noticiado no início do ano.
Atualmente, os usineiros da Coopernavi plantam 25 mil hectares de cana. Esta quantia permite a produção de 80 milhões de litros de álcool e três milhões de sacas de 50 quilos de açúcar por safra. Na safra 2005/2006 a Coopernavi moeu 1,8 milhão de toneladas. Com mix de produção de 50% para açúcar e 50% para álcool, a Coopernavi é a maior usina do Cone Sul do Estado de Mato Grosso do Sul, e uma das maiores do Estado, que já emprega no pico da safra 2.500 empregados.