20 de setembro de 2006 - 10:00

Libertados suspeitos de participar da negociação de dossiê

Valdebran Padilha, Gedimar Pereira Passos e Paulo Roberto Trevisan, suspeitos de envolvimento na negociação do dossiê montado pela Planam contra políticos do PSDB, foram libertados na noite desta terça-feira em Cuiabá (MT). O juiz Marcos Alves Tavares, da 2ª Vara Federal, não acatou o pedido do Ministério Público Federal para prorrogar a prisão dos acusados.

Na manhã de ontem, Valdebran Padilha prestou declarações à Polícia Federal sobre a participação dele na negociação do dossiê que seria vendido por Luiz Antônio Trevisan Vedoin, dono da Planam. Ele confirmou as informações prestadas na semana passada à Polícia Federal em São Paulo mas não revelou a origem do dinheiro apreendido, aproximadamente R$ 1,75 milhão.

Gedimar também deveria prestar esclarecimentos, mas se negou a falar e disse que só se pronunciaria em juízo. Com a relutância do acusado, a Polícia Federal decidiu indiciar Gedimar por crime de supressão de documentos.

A prisão temporária dos três suspeitos venceria no fim do dia. Com a decisão da justiça, Valdebran, Gedimar e Paulo Trevisan foram libertados.

Liberdade

Pouco antes de meia-noite, Gedimar e Valdebran observavam pelas janelas da Polícia Federal a movimentação dos jornalistas. À meia-noite em ponto eles saíram rapidamente pelos fundos da Superintendência da PF, pelo estacionamento restrito aos policiais. Os dois carros que esperavam por eles partiram em alta velocidade.

No mesmo horário, Paulo Roberto Trevisan deixava a cadeia da Polinter, em Cuiabá. Na saída, agrediu com um chute um repórter cinematográfico, entrou em um carro e foi embora.

Procurador vai recorrer

O procurador da República Mário Lúcio Avelar disse que a decisão da justiça, em libertar os suspeitos, pode prejudicar as investigações. Ele revelou que irá analisar a possibilidade de recorrer da decisão da justiça federal. "Vamos analisar os fundamentos e, quem sabe, recorrer. Temos outros instrumentos para alcançar os resultados que nós esperamos, que é identificar a origem do dinheiro", declarou.

O juiz federal Marcos Tavares também determinou o fim do segredo de justiça nesse processo. A decisão também não agradou o procurador. "Com certeza as decisões de hoje [ontem] não foram favoráveis. Vamos trabalhar para reverter isso", concluiiu Avelar.

 

TV Morena