18 de setembro de 2006 - 08:12

Não existe responsabilidade fiscal no Brasil, diz Heloísa

A candidata à Presidência da República Heloísa Helena (Psol) afirmou durante entrevista ao jornal Bom Dia Brasil, da Rede Globo, que já apresentou o programa de governo na sua campanha, embora o documento não esteja disponível para conhecimento público. A candidata se mostrou irritada com a maior parte das perguntas dos jornalistas.

Ao defender que o Congresso, em sua gestão, serviria para monitorar os passos do presidente, ela desferiu novas críticas contra o governo atual. "Eu não vou querer o Congresso nacional nos esgotos da República, agindo nas surdinas. Eu não acredito que só exista um tipo de relacionamento com o Congresso, que seja trocando cargos, mensaleiros e atos de corrupção. Quem tem responsabilidade social no País sou eu. Não existe responsabilidade fiscal no País, o que existe é deslize", afirmou.

Ao expor seu programa, ela defendeu a criação de um congresso agropecuário e negou que tenha dois discursos. Na verdade, disse ela, este tópico do programa apresenta duas vias de investimentos: uma para a agricultura familiar e outra para a agricultura de exportação.

Quando uma das jornalistas perguntou sobre o assunto referente à invasões de terra estar ficando de lado na sua campanha, Heloísa disse: "até parece, jornalista, que eu sou mulher de fugir de discussão". A candidata disse que defende a estabilidade da moeda e se compromete com a meta da inflação. Se for eleita, Heloísa disse que usará todo o instrumental técnico necessário para impedir a fuga de capitais, uma vez que haverá redução da taxa de juros. Os programas que serão atendidos com esta redução fiscal serão os voltados para a educação, moradia, segurança e saúde. Se houver fuga de capitais, pensou alto Heloísa, ela pretende trocar por dólar e evitar a inflação. "Não há racionalidade entre diminuir a taxa de juros e aumentar a inflação", disse.

Quando foram abordados os tons radicais dos projetos de governo do Psol, Heloísa defendeu-se dizendo que não terá atitudes radicais, porque respeitará as instituições, embora defenda um orçamento público unilateral, sob a responsabilidade do presidente. O chefe do Executivo viajaria a cada Estado brasileiro para discutir com empresários, movimentos sociais e cidadãos a criação de um novo modelo de orçamento a partir das realidades brasileiras, sem necessariamente precisar de medidas provisórias ou aprovação do Congresso.

 

Terra Redação