31 de agosto de 2004 - 16:19

Incra compra área em Juti para transferência de colonos

 

Fim de um impasse de mais de seis décadas.  O Incra escriturou agora há pouco, em Campo Grande, uma área conhecida como “Terra do Boi”, em Juti. Com isso, os 36 colonos que disputavam com os caiuás as terras do Panambi, no distrito de Panambizinho, em Dourados, já devem começar a mudança para o novo local, que tem 2 mil 941 hectares. O Incra pagou R$ 30 milhões e 27 mil para duas irmãs que não querem ser identificadas.

 

Pelas benfeitorias feitas na área, foram pagos R$ 2 milhões e 700 mil e o restante, em títulos da dívida agrária. Na mesma área, o Instituto pretende beneficiar 120 famílias, pelo projeto de assentamento “Terra do Boi”.

 

Com a escrituração da fazenda, os cerca de 400 índios caiuás são oficialmente donos da terra do Panambizinho.

 

Distribuição de terras 

De acordo com a assessoria do Incra, os colonos que viviam numa área menor de 10 hectares receberão lotes no tamanho de 12 hectares. Os que tinham acima de 10 hectares vão ganhar mais 10 hectares de bonificação.

 

Desde a semana passada, a procuradora federal da Funai, em Brasília, Ana Maria Carvalho, está em Dourados, para contato com os colonos. Eles vão receber quase um milhão e 800 mil reais em indenização das benfeitorias feitas de boa fé. “Para isso, é preciso que os colonos tragam uma série de documentos. Acredito que até o final da semana estará tudo resolvido”. Ana Maria Carvalho diz que os colonos já garantiram que só vão aceitar a indenização quando estiverem com a escritura da fazenda Terra do Boi. Segundo o Incra, a escrituração foi feita no 7o. cartório de Campo Grande e só amanhã, será escriturada em Caarapó.

 

 

Histórico

Quando Getúlio Vargas começou o processo de reforma agrária, a briga entre brancos e índios começou. Em 1995, o ministro da Justiça Nelson Jobim baixou uma portaria reconhecendo as terras do Panambi, no distrito de Panambizinho, em Dourados, como de propriedade dos índios caiuás. Nesta época, vários colonos já viviam no local.

 

 

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