11 de setembro de 2006 - 16:30

Dólar fecha em alta pelo 4º dia por queda de commodities

O dólar registrou a quarta sessão consecutiva de alta nesta segunda-feira, refletindo o desempenho negativo das bolsas de valores mundiais em meio ao declínio de preços de commodities.

A compra de dólares pelo Banco Central também contribuiu para a desvalorização do real, disseram operadores.

A divisa norte-americana fechou o dia a R$ 2,175, com apreciação de 0,74%.

"O BC parece ter comprado um pouco mais do que o mercado esperava, fora isso as bolsas abriram negativas e o mercado de commodities vem caindo bem, principalmente os metais", afirmou um gerente de câmbio de um banco nacional, que não quis ser identificado.

Os preços de petróleo, ouro e cobre, entre outros, despencaram na segunda-feira e abateram as bolsas de valores ao redor do mundo - com os índices norte-americanos recuperando parte das perdas no final da tarde. Em Nova York, os contratos de petróleo recuaram a US$ 64,85 o barril na mínima do pregão.

Internamente, operadores citaram a presença de alguns exportadores na ponta de venda, ajudando a amenizar a alta do dólar. Na máxima, a moeda norte-americana chegou a R$ 2,185.

O BC fez mais um leilão de compra de dólares nesta sessão, em seu esforço para engrossar as reservas internacionais, e aceitou 13 propostas, com corte a R$ 2,175.

A atuação mais firme do BC nos leilões de compra vem enxugando a liquidez, disseram operadores.

Segundo cálculos do diretor de câmbio da corretora Novação, Mário Battistel, os saldos comerciais diários no mercado de câmbio também têm diminuído no começo de setembro, reduzindo a oferta de dólares.

"Se você pegar as médias diárias de superávit nos primeiros dias de setembro, elas foram menores que todos os meses do ano, então está sobrando menos dólar", explicou o diretor.

Quanto ao mercado acionário local, o executivo observa que o declínio da Bolsa de Valores de São Paulo pode refletir não só desvio de investimentos para o segmento de juros, como também remessas de recursos ao exterior.

Em agosto, a Bovespa acumulou queda de 2,3%. Neste mês, até sexta-feira, a alta limitava-se a 0,9%. Até meia hora antes do final do pregão da segunda-feira, o Ibovespa caía em torno de 2%.

 

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