8 de setembro de 2006 - 14:35

Protesto fecha fronteira do Brasil com a Argentina

As passagens na fronteira com o Brasil e Argentina foram fechadas por grupos de dirigentes cívicos e militantes de um partido de direita que se manifestam em quatro regiões contra o presidente boliviano Evo Morales, informaram diversas fontes nesta sexta-feira.

As pontes da Amizade e Internacional que unem o departamento boliviano de Pando com Brasiléia e outras pequenas localidades do Brasil foram tomadas por opositores do governo, disse o comandante da unidade policial, coronel José Luis Centellas.

No extremo-sul do país, em Tarija, os manifestantes cortaram a passagem a Argentina em San José de Pocitos, confirmou a ministra de Governo, Alicia Muñoz, que deplorou que o fim das atividades seja imposta, armada, com violência e pressão por grupos de sicários.

Em Cobija, capital de Pando, foram registrados também os primeiros enfrentamentos entre comerciantes e o setor de transportes, que se negavam a acatar a greve de um dia, que afeta também Santa Cruz e Beni, cujos líderes se opõem ao governo.

O presidente de um comitê cívico de Beni, Rubén Melgar, também confirmou o fechamento de diversas passagens para o Brasil, país com o qual a Bolívia compartilha uma fronteira de 3.131 km.

O coronel Muñoz disse que as forças policiais se viram obrigadas a reprimir empregados da prefeitura de Cobija, que golpeavam um comerciante reticente em aderir à greve.

A greve em Cobija é parcial, apesar dos ativistas do grupo Poder Domocrático e Social (Podemos), do ex-presidente de direita Jorge Quiroga, tentarem obrigar a população a aderir o protesto, relatou Muñoz.

O aeroporto de Cobija era mantido aberto.

A presidente do comitê cívico de Pando, Ana Melena, ameaçou colocar fogo em todas as lojas do comércio que se negarem a paralisar as atividades.

Um conjunto de comitês cívicos e governos ligados a Quiroga, que perdeu as eleições presidenciais para Morales por uma diferença de 54% a 28%, convocou o protesto contra as supostas tentativas de Morales de ter hegemonia na Assembléia Constituinte, onde dispõe de maioria.

Morales considerou na quinta-feira à noite que a greve obedece ao ódio, ao desprezo ao movimento indígena originário.

 

Terra