30 de agosto de 2004 - 18:02

Petrobras nega uso político e mantém preço de combustíveis

Nem eleições nem temor de inflação são os motivos para a manutenção de preços da gasolina e do diesel pela Petrobras, apesar dos altos preços do petróleo, afirmou o diretor Financeiro da empresa, José Sérgio Gabrielli.

Rebatendo críticas de uso político da estatal pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gabrielli afirmou que aumentar preços enquanto permanecem instáveis fora do país poderia gerar queda de consumo, mesmo que o crescimento econômico do país esteja gerando aumento de demanda.

"Não estamos analisando politicamente o fato...os analistas não levam em conta que qualquer decisão da Petrobras afeta o mercado dela. Se você aumenta o preço você perde volume (de venda)", justificou a jornalistas o diretor.

Sobre o crescimento da demanda, Gabrielli destacou que a produção também está aumentando e por isso não vê risco de pressão nessa relação.

Ele afirmou que ainda há muita volatilidade do preço do petróleo no mercado internacional e que não vai "importar para o Brasil a volatilidade do mercado spot americano".

"E se a gente aumenta aqui e o preço cai lá fora?", questionou.

Gabrielli afirmou que, ao contrário do que dizem analistas, a Petrobras não está deixando de ganhar dinheiro ao não alinhar seus preços com os do mercado externo, já que reajusta o preço de todos os outros produtos que vende. A gasolina e o diesel, no entanto, representam cerca de 60 por cento da receita da estatal.

"Não perdemos porque o nosso custo não é o do mercado americano e nós administramos nossa avaliação de estoques, nós administramos nosso conjunto de operações de maneira que minimizamos nossa potencial perda", disse o diretor.

Ele voltou a afirmar que a empresa vai considerar as perspectivas dos preços no longo prazo, "três, seis meses e em função disso vamos ajustar a gasolina e o diesel, mas não vamos anunciar nada com antecedência, não é a nossa política."

 

 

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