18 de agosto de 2006 - 14:12

Petrobras poderá aceitar reajuste do gás boliviano

O ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, afirmou nesta sexta-feira que a Petrobras poderá aceitar o reajuste do preço do gás natural importado da Bolívia, medida que está sendo exigida pelo presidente do país vizinho, Evo Morales.

Rondeau descartou, no entanto, que tenha cunho político a decisão da Petrobras de adiar por dois meses a solução sobre a questão. Segundo ele, a estatal poderá aumentar os preços do gás, se a YPFB, estatal boliviana que pleiteia ajuste do produto, conseguir convencer a companhia brasileira de que a elevação é justa.

"A posição não é de aceitar, é de negociar dentro do limite razoável... se houver naturalmente uma clareza de que existe o prejuízo da parte do fornecedor, é claro que a Petrobras não agiria de uma forma unilateral", afirmou.

Segundo Rondeau, cabe à Bolívia mostrar que há desequilíbrio no processo. "O problema é que estamos esperando que eles demonstrem isso... a tese da Petrobras é que não há desequilíbrio", explicou, sem saber justificar o motivo da prorrogação do prazo para meados de outubro, após as eleições.

"Não existe nenhum vínculo entre a decisão do preço do gás com as eleições, o que há é a discussão de duas empresas que estão enxergando sob um ponto de vista diferente e não chegaram a um acordo", frisou.

A especulação sobre o adiamento ter como objetivo evitar um aumento de preços em pleno processo eleitoral, o que poderia prejudicar a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi reforçada na quinta-feira, quando a Petrobras anunciou a postergação, também por dois meses, de investimentos de US$ 2 bilhões na Venezuela de Hugo Chávez.

O ministro disse ainda que poderá antecipar a 9ª rodada de licitações de áreas petrolíferas e de gás para o primeiro semestre de 2007, leilão feito geralmente no segundo semestre, mas não deu explicações. A 8a rodada acontece em novembro.

Ele informou também que, apesar da possibilidade de o início do horário de verão ser adiado para novembro em função das eleições, não se cogita prorrogar seu término, normalmente em fevereiro.

 

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