2 de agosto de 2006 - 16:05

Inter encara Libertad precisando vencer para chegar à final

O empate em 0 a 0 no primeiro jogo das semifinais da Libertadores no Defensores del Chaco, em Assunção, criou a necessidade de vitória do Internacional sobre o Libertad. Novo 0 a 0 nesta quinta-feira, às 21h45min, no Beira-Rio, em Porto Alegre, leva para a agonia dos pênaltis. O time paraguaio irá à final com vitória ou empate com gols. Na noite fria, até o Rio Guaíba vai ferver.

Do ponto-de-vista matemático, é uma situação mais fácil do que a da fase anterior, quando o Inter vinha de derrota por 2 a 1 em Quito e precisava vencer a LDU ? por 1 a 0 ou então por dois gols de diferença, se os equatorianos marcassem gol. E a vitória saiu, por 2 a 0.

Mas, por estar sem Tinga e Elder Granja (se Abel Braga não mentiu) e enfrentar um time mais veloz do que a LDU, a tensão no Inter é bem maior ? também porque chegou a hora do "vamos-ver". Nas semifinais da Libertadores de 1989, sob o comando de Abel, o Colorado perdeu para o paraguaio Olímpia no Beira-Rio lotado e caiu fora.

? Com quatro no meio-de-campo ou com três zagueiros, precisamos dar sufoco nos caras. Mas sem abrir para os contragolpes, porque eles saem muito rápido. Tomar um gol antes de fazermos os nossos seria catastrófico ? resumiu Abel.

Como no jogo de ida, a idéia é tirar espaço dos armadores do Libertad grudando os volantes Edinho e Fabinho neles ? o carequinha argentino Guiñazú, que atua pela esquerda, e Riveros. Os dois são perigosos também nos arremates de fora da área. Tanto que acertaram as traves de Clemer em jogadas de rebote.

Isso sem descuidar de Bonet, da seleção paraguaia. Armador pela direita, ele tanto pode ser lateral como um ala que se desprende. No último coletivo, segundo os espiões colorados, o volante Aquino foi recuado para líbero, para que Bonet disparasse pela direita nos contragolpes. O argentino Gerardo Martino ? futuro técnico da seleção paraguaia ? chegou a Porto Alegre dizendo que só usará o 3-5-2 numa emergência. Mas, no Monumental, na fase anterior, Bonet fez dois gols no River.

Apesar de todos os cuidados, a pressão será permanente.

? Quando aplicamos aquela marcação forte e a zoeira da torcida cresce, é difícil um adversário resistir ? diz o meia Alex.

Mistérios à parte, sabe-se que o Inter exercitou à exaustão as jogadas pelos lados ? pela esquerda, com Alex e Jorge Wagner se revezando na lateral e no meio de campo, e, pela direita, com Ceará e Michel. Tudo para culminar com o cabeceio de Fernandão. Que terá a parceria dos zagueiros Bolívar e Fabiano Eller e do volante Edinho nos lances de bola parada.

Abel sabe que vai ser difícil. Até fez uma comparação com o boxe: ? Gosto quando tem duelo. Aí nosso time cresce. Mas acho que eles vão ficar se defendendo, só esperando que a gente abra a guarda.

FICHA TÉCNICA INTERNACIONAL x LIBERTAD Estádio: Beira-Rio, em Porto Alegre (RS) Data-Hora: 3/8/2006 - 21h45min Árbitro: Oscar Ruiz (COL) Auxiliares: José Navia e Alberto Duarte (COL) INTERNACIONAL: Clemer, Ceará, Bolívar, Fabiano Eller e Jorge Wagner; Edinho, Fabinho, Michel (Perdigão, ou Índio) e Alex; Fernandão e Rafael Sobis. Técnico: Abel Braga.

LIBERTAD: Gonzalez, Bonet, Sarabia, Balbuena e Hidalgo; Villareal, Aquino, Riveros e Guiñazú; Gamarra e López.

Técnico: Gerardo Martino.