1 de agosto de 2006 - 08:48

Dunga faz sua primeira convocação da seleção brasileira

Vai ser a sua primeira convocação. E, se resistir até a Copa de 2010, Dunga será o técnico da seleção brasileira que por mais tempo vai botar a cara para bater por suas escolhas. Hoje, às 11h, no Rio, o treinador chama os atletas para o amistoso contra a Noruega, no dia 16.

Isso acontece um mês depois da eliminação na Copa da Alemanha diante da França. Se sobreviver até o Mundial da África do Sul, o ex-volante será o treinador com mais tempo entre sua primeira convocação e a derradeira no ciclo entre duas Copas do Mundo.

Convocação mais precoce que a de hoje após um Mundial só a ocorrida depois da edição de 1930. Píndaro de Carvalho formou um grupo para três amistosos menos de dez dias depois da eliminação no Uruguaio. No ano seguinte, ele já não estava no cargo.

Nos cinco títulos mundiais brasileiros, os técnicos campeões fizeram sua primeira chamada com menos antecedência --Zagallo, em 1970, e Scolari, em 2002, estrearam com menos de um ano para as Copas que ganharam.

E não vai ser fácil o novo treinador agradar aos críticos. A começar pelas dificuldades que terá para formar a equipe. A lista que será anunciada hoje em um hotel carioca será dividida entre jogadores que atuam no Brasil e no exterior. Só que ambos os grupos devem estar desfalcados.

Gente que dá os primeiros passos na nova temporada européia, como Ronaldinho e Kaká, devem ser poupados. Ronaldo, em recuperação de cirurgia no joelho, também está fora. O técnico diz que a CBF não é obrigada a convocar esses jogadores por força de contrato para o desafio com a Noruega, país que o Brasil nunca venceu.

Antes de chamar jogadores de Inter e São Paulo, que podem estar disputando a final da Libertadores na data do jogo contra a Noruega, Dunga promete conversar com os treinadores dos dois times --o que abre caminho para a lista completa não ser anunciada hoje.

E quem for lembrado não deve comemorar muito. Isso porque quem foi chamado logo de cara por um técnico sem experiência alguma para a seleção brasileira depois de um fracasso numa Copa, caso de Dunga, quebrou a cara. Dos 18 eleitos por Falcão em 1990 para o amistoso contra a Espanha, seu primeiro desafio no cargo, só três (Leonardo, Márcio Santos e Cafu) sobreviveram até o Mundial de 1994. Entre os esquecidos, nomes inusitados, como o lateral Gil Baiano e o atacante Paulo Egídio.

 

 

Folha Online