28 de julho de 2006 - 17:09

Dólar fecha semana em queda após PIB dos EUA mais fraco

O dólar fechou a sexta-feira em queda, depois da divulgação de números mais fracos do que o esperado sobre a economia dos Estados Unidos. Os dados alimentaram apostas de uma pausa no ciclo de aperto monetário do Federal Reserve.

A moeda norte-americana caiu 0,73% para R$ 2,175. Na semana, o dólar acumulou queda de 1,14%.

O Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA avançou 2,5% no segundo trimestre, expansão abaixo da alta de 3% esperada por economistas e do crescimento de 5,6% registrado no primeiro trimestre.

O crescimento mais fraco que o previsto reforçou as apostas de que o Fed poderá interromper o ciclo de alta do juro em agosto. Essa perspectiva direcionou o movimento dos mercados, tanto no campo externo quanto internamente.

"O mercado ficou acompanhando a tendência lá fora", resumiu Flávio Ogoshi, operador de derivativos do Rabobank. Ele citou ainda um volume maior de ingresso de recursos nesta sessão.

O rendimento dos Treasuries de 10 anos estava abaixo de 5% nesta tarde e as bolsas norte-americanas subiam mais de 1%. O dólar também caiu frente a outras moedas.

No mercado doméstico, a atuação do Banco Central conteve um declínio mais forte da moeda norte-americana. O BC fez mais um leilão de compra de dólares e aceitou ao menos seis propostas, com corte a R$ 2,1765.

"O BC tem interferido de forma pesada com seus leilões, mas certamente tem comprado mais as posições compradas dos bancos, altamente interessados em convertê-las a vendidas do que do próprio fluxo", apontou a corretora de câmbio NGO em relatório.

Operadores têm afirmado que muitas tesourarias que possuem dólares para vender estão optando por segurar as divisas para o leilão do BC, ao invés de ingressar com os recursos no mercado.

A corretora NGO disse ainda que o impacto das mudanças cambiais anunciadas na quarta-feira pelo ministro Guido Mantega - permitindo, entre outras mudanças, que exportadores mantenham 30% de suas receitas fora do pais - foram absorvidas pelo mercado.

"O consenso é de que nada mudará na formação de preço da moeda norte-americana", completou.

 

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